Casa de Sil de Polaris

Porque não se fica velho duas vezes !!!

Nome:
Local: Brazil

Eu sou proprietária dessa casinha magnífica que tem sofrido reformas ... ^^

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Um bebê menino: não, senhor !

Meu pai tinha dito que ele pensava que eu seria um bebê menino porque minha mãe estava enorme. Mas eu nasci menininha. Meu pai tinha dito que eu tinha sido muito bem recebida por todos - por avós e tios de ambos lados - anos mais tarde, quando eu perguntei a ele. Eu tomava papinhas com um ano de vida também. Vinham em potinhos de vidro, comprados em mercadinho. Eram papinhas doces ou papinhas salgadas, feitas para bebês. Eu soube anos mais tarde - o que fez com que morresse de tanto rir - que minha tia-irmã, menininha quando eu nasci, cobiçava minhas papinhas, que não permitiam que ela comesse, a menos que eu não quisesse comer mais, de vidrinho em vidrinho. E eu quase nunca deixava um restinho ! ^^

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Meus presentes parcos de nascimento !!! ^^

Eu fiquei sabendo que eu ganhei alguns presentes pelo meu nascimento, que eu usei pelo meu primeiro ano de vida inteirinho: uma cobertinha de berço quadriculada em azul, branco, cor-de-rosa; um livro de anotações de dia-a-dia de bebê de capa acolchoada cor-de-rosa; uma manta quadriculada em tons de branco, cinza, marrom, preto, verde. Essa manta cobria uma cama de solteiro sem problemas e foi meu presente único de bebê que eu usei até meus quinze anos de idade, quando doei-a para uma campanha de inverno. Eu aprendi a andar e a falar pelo decorrer de meu primeiro ano de vida e minha primeira palavra foi "nenê", de acordo com o que li de muito pouco que eles escreveram em meu livro de dia-a-dia de bebê.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Ah, céus: meu aniversário novamente !!!

Era uma vez uma manhã de inverno, quarenta e dois anos atrás, quando minha mãe trouxe-me à luz em um parto de cesariana às dez horas exatas. Eu fui um bebê gordinho e grandinho, que nasceu com muita saúde, sendo recebido por mamãe e papai e vovó e vovô - pais de minha mãe - naquela maternidade. Minha mãe viveu uma gravidez calma. Meu pai encantara-se com minha "boquinha de botão de rosa" e meu "perfil perfeito", como ele dizia toda vez que contava suas lembranças daquela manhã. Hihihi ... Eu era calma e gulosa. Tornei-me curiosa e travessa mais tarde. Mas eu sei de tudo isso pelos contares de todas e todos, pois eu não tinha idade suficiente para ter lembrança acessível facilmente: foi para meu inconsciente ! ^^

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Vozes Poderosas e Sublimes Realmente

Vozes poderosas e sublimes realmente não deveriam ficar contidas em volumes baixos de aparelhos de som. Portanto dou-lhes volume pelas alturas estratosféricas para que alcem vôo sem limites, livres pelo ar que preencherão com seus tons agudos e graves que atingirão decibéis harmoniosos em um espetáculo de beleza maviosa, feita para acalmar ou agitar, comover ou emocionar, fazendo chorar ou fazendo sorrir. Barbra Streisand e Celine Dion cantando um dueto em "Tell Him" são sensacionais. Gerard Butler cantando "The Music Of The Night", embalando e hipnotizando sua parceira naquele bailado suave, tem todo domínio de sua platéia. Esses espetáculos musicais tomam minha alma para si, fazendo minha felicidade plena !!!

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Um compositor genialíssimo

Um compositor genialíssimo faz meu coração arfar com suas composições: Andrew Lloyd Webber. O que ele fez em "Fantasma de Ópera" cativou-me completamente !!! O que é ouvir suas canções "No One Would Listen" e "Point Of No Return" e "The Music Of The Night", principalmente cantadas pela voz surpreendente de Gerard Butler, meu escocês de olhos azuis, forte, lindo, ultra-fantástico !!! O que esse compositor fez com "Love Changes Everything" foi bárbaro !!! Eu nunca pensei em ouvi-la daquela forma, ficando apaixonada de verdade pela canção naquela versão andrew-lloydiana, um presente de meu namorado para mim. Eu posso descrever em uma palavra apenas: fantástico. Repleta de força e magia igualmente !!!

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Música

Pouquíssimas criações deste mundo conseguem atingir-me e comover-me de forma inflexível e poderosa. Música é uma dessas criações. Eu posso ir ao ápice de alegria ou de energia ou de tristeza ao ouvir uma melodia, com letra ou sem letra, principalmente com letra. Vozes masculinas atingem-me mais, principalmente quando ouço suavidade em vozes fortes e graves e roucas. Mas vozes femininas têm seu poder sobre mim também, principalmente quando sustentam agudos longos pelas alturas. Eu admiro e invejo esse dom !!! Meu coração cede ao poder de uma melodia de tango ou de valsa, mesmo que eu não saiba dançar em ritmo algum, fingindo saber apenas ao ser seduzida a dançar. Mas eu fico subjugada !!!

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Uma semana de caça frutífera

Uma semana de caça frutífera a um de meus prazeres de infância, que eu não assisti completamente infelizmente com certeza porque eu era muito pequena para saber ler horas e ter consciência de que era programação de televisão. Mas pude caçar cinco episódios de minha princesa favorita: Safire !!! ^^

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Inverno Verdadeiro

Frio de inverno como eu não via há muito tempo pelo meu país, principalmente pela minha cidade. Um inverno verdadeiro como eu vivia em criança, com muito frio intenso e vento gelado, poderosos a ponto de atravessarem pontos de crochê ou tricô de meus agasalhos. Meu hálito surge gelado a cada falar ! ^^

domingo, 21 de julho de 2013

Domingo Calmo

Eu amanheci em um domingo calmo, indeciso entre chuva e sol, trazendo-me um pouquinho de cada um, antes de tornar-se nublado de uma vez por todas. Minha manhã começou com uma prece pelos meus mortos: meus avós maternos e paternos e meu pai. Uma forma certa de chorar pela manhã ...

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Mês de férias

Mês de férias (julho) que não tem mais férias para mim, a não ser por um fim de semana prolongado possível graças a um feriado muito bem colocado. Este mês lembra-me de aluninhos uniformizados voltando de férias para casa, com livros e mochilas indo criar teia de aranha a um canto (dever de férias é maldade !).

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Leitura

Leitura é um de meus prazeres maiores. Eu passarei um dia inteiro em uma livraria algum dia ! Mas eu estou com uma leitura empacada há muito tempo, em que meu avanço não tem sido o que costuma ser. Portanto eu preciso terminá-la em julho finalmente para encerrar minha vergonha de meses !!! ^^

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Junho

Junho é um mês querido mesmo para mim: ele é aconchegante com seus aniversários e suas festas, muito bem temperados pelo inverno que ele inicia. Um mês que cai às mil maravilhas com cappuccino com canela e chocolate quente. Eu tomei um cálice maravilhoso de vinho de colheita tardia semana passada !!! ^^

terça-feira, 11 de junho de 2013

Tesouros muito queridos, com enredo medieval, servindo como paisagem para um romance fictício, escritos por uma autora que agrada meu gosto literário, foram dois livros que foram comprados por mim dezesseis anos atrás, que foram lidos direitinho novamente. Têm personagens envolventes e fantásticos sem dúvida !


Uma olhadinha hollywoodiana com carinho por eles, a fim de utilizar seu conteúdo como argumento para roteiro de um filme, sem alterar uma letra que fosse, não seria uma idéia a ignorar. Ambos são romances encantadores, com títulos fortes, que cativariam platéias femininas e masculinas em doze de junho !!! ^^

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Tem um quê de aconchegante e especial em junho para mim. Era mês de aniversário de meu avô e início de minhas férias escolares ao seu finzinho, o que significava passar uns dias de inverno brincando e correndo pelo sítio de uma tia-avó como programa imutável de férias familiares. Há uma aura querida em junho ... ^^

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Maio foi um mês terrível, com perdas financeiras pesadas. Um mês sem mãe e sem noiva: minha mãe odeia dia de mães e não houve casamentos a assistir. Esse ano tem sido muito calmo, muito tenso, muito triste. Eu nunca chorei tanto em minha vida como chorei este ano. E minhas lágrimas não terminaram certamente !!!

terça-feira, 30 de abril de 2013

Foi um mês calmo de abril, com aniversários de mãe, primo, sobrinho. Muita correria. Muita raiva. Muito trabalho. Eu não gosto de abril, à parte seus aniversários de meus queridos. Eu esqueci de contar uma mentira em seu primeiro dia. Foi um começo de outono com muitas folhas e pétalas pelo chão !!! ...

domingo, 31 de março de 2013

Eu tenho um carinho instintivo por março, mês consagrado às mulheres e residência de aniversário de minha sobrinha. Mês em que minha avó e meu cachorrinho mestiço de lhasa e poodle faziam aniversário em um dia só ! Mas minha avó não faz aniversário há dois anos praticamente. Saudades de sua fala: "decerto !"

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Eu não gosto de fevereiro. Nunca gostei desse mês. Por ser segundo mês. Por ter menos dias. Por ter um nome estranho ao meu ver. Mas fazia muito tempo que eu não via um carnaval acontecer em fevereiro. Mais um ponto negativo para esse mês: não gosto de carnaval, mas gosto de sua folga de alguns dias ...

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Ano novo quieto e tranqüilo. Ou melhor: com tristeza e sem graça porque eu não encontro alegria nesta data há dois anos, lembrando meus mortos que não comemoram mais esta data comigo. Meus desamores são lentos. Meus lutos são lentos também, extensos além de um ano. Férias tristes ...

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Ano Novo. Férias. Passeios. Começando meu ano com correria, mas conhecendo pessoas que eu nunca tinha visto antes a não ser através de um monitor. Visitando lugares a que nunca tinha ido, antes de mergulhar em meu trabalho novamente. Um ano que começou sem surpresas. (janeiro/12)


Carnaval, uma festa popular sobre qual não tenho interesse. Ele serve-me para assistir filmes, ir à praia, ler livros, ouvir música, talvez ir a um shopping. Um mês que complica minha vida íntima um pouco por ser mais curto. Época de aniversário de minha prima por parte de pai. (fevereiro/12)


Aniversário de minha priminha em segundo grau. Aniversário de minha sobrinha. Aniversário de um cachorrinho mestiço de lhasa e poodle, que é muito lindo. Fofíssimo como um filhote de urso polar. Mas fui eu quem recebeu muitos presentes lindos nesse mês !!! ^^ (março/12)


Minha mãe fez aniversário nesse mês. Ela está muito bem ! Meu primo fez aniversário nesse mês. Ele está casado há pouco tempo. Meu sobrinho fez aniversário nesse mês. Ele está muito bem de saúde em seus quinze anos de idade ! Foi páscoa também. Eu ganhei dois ovos. (abril/12)


Maio é mês de mães. Maio é mês de noivas. Mas foi mês de trabalho e trabalho e trabalho para mim apenas. Seria aniversário de casamento de meus avós maternos nesse mês, que casaram-se em 1945, mas ambos estão mortos. Foi mais uma festa que minha família perdeu desde 2006. (maio/12)


Mês de festa junina, mas não fui à festa alguma. Porém fiz questão de pedir que trouxessem pãozinho bento de Santo Antônio para mim. Eu gosto de comê-lo com respeito, fazendo uma prece e pedindo pela benção que há nele para mim. Foi aniversário de meu grandão. (junho/12)


Um ano de falecimento de minha avó, mãe de minha mãe. Eu fui sua cuidadora-enfermeira por quase sete anos antes de ela falecer. Vi-a partir aos pouquinhos dia-a-dia, reconhecendo que seu período de sono era cada vez maior e muito mais profundo. Preciso de preces para ela. (julho/12)


Um mês calmo, de meio de inverno, com aniversário de minha tia-irmã em sua primeira quinzena, que foi comemorado com churrasco e música em seu quintal aprazível de seu escritório de advogada. Ela é mais minha irmã mais velha que minha tia, mas é minha tia mesmo ! (agosto/12)


Mês de meu aniversário, que eu resolvi comemorar com um bolo de chocolate branco repleto de velinhas azuis. Eu antipatizo com velinha de número, que cai bem para primeiro ano de vida mas não para aniversários seguintes. Chega de números pela vida afora, ora !!! (setembro/12)


Um mês com que eu costumo implicar porque parece-me que ele não termina nunca e tem dois meses para durar. Eu tenho três aniversários de parentes nesse mês. lembro com carinho de ser época de halloween também - eu gosto de abóboras com morcegos e teias de aranha ! - (outubro/12)


Mês em que meu pai faleceu. Uma rasteira suprema de deus. Eu esperava ter meu pai comigo por vinte anos mais pelo menos. Entretanto perdi-o para um acidente terrível. Eu creio que ele riria de divertimento se soubesse que morreria em um mês dedicado aos mortos. Pai ... (novembro/12)


Um mês em que haveria aniversário de casamento de meu pai e aniversário de nascimento de meu pai, ambos em um dia só, além de haver aniversário de meu irmão. Mas não houve clima para festa para mim. Sequer natal. Uma parte de minha alma morreu com meu pai. (dezembro/12)


Eu sabia que eu perderia meu pai para deus um dia. Mas não esperava sinceramente que fosse assim e fosse tão cedo. Ele estava tão alegre, com planos e risos, cumprindo seus compromissos e pondo suas obrigações em dia. Vi-o muito alegre e muito satisfeito três dias antes de ele falecer.


Meu pai faleceu trabalhando, pintando balaustrada de uma escadaria de alvenaria. "Eu nada tenho a reclamar: deus foi muito bom comigo !" - disseram-me que ele disse em sua última celebração de palavra em sua comunidade católica. Oh, esse ano foi um ano que eu quero esquecer !

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Ah, dezembro seria mês de aniversário de casamento de meus pais e de aniversário de nascimento de meu pai, além de haver aniversário de meu irmão antes de dia de natal e festa de  fim de ano. Todas essas festas foram arruinadas pelo falecimento de meu pai. Parte de minha alma morreu com ele ...

Um fim de ano triste. Um fim de mês triste. Ver meu pai morrer, levado por deus, não estava em meus planos para tão breve. Eu esperava ter meu pai comigo por muitos anos ainda. Vinte anos pelo menos. Além de que eu nunca esperaria que ele morresse como ele morreu, de uma forma cruel tão violenta. Pai ... Querido ...

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Novembro foi um mês muito triste, que eu adoraria que nunca houvesse acontecido. Houve uma viagem de fim de ano ao fim desse mês, mas ela não trouxe alegria ou alívio para mim. Eu não consigo perdoar deus por haver matado meu pai, mesmo que eu possa compreender sua atitude e eu saiba isto ser de seu poder.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Eu tenho uma cisma antiga com outubro desde minha época de faculdade: parece-me que esse mês tem dois meses de duração, sendo tão longo por custar a terminar. Mas este mês de outubro pareceu ter quebrado esse feitiço. Foi um outubro que transcorreu tranqüilamente, sem cargas e sem sustos.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Uma manhã linda de primavera, com céu em tons de azul, branco, cor-de-rosa, mesclados divinamente, foi o que eu vi pela minha janela às seis horas. Eu espero que esta terça-feira de trabalho, com equipe desfalcada, seja um dia alegre e favorável até seu último instantezinho, comigo atualizando minhas tarefas.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Um quinto de meu armário foi mexido e remexido à vontade por mim para reorganizar aquela festa novamente. Eu encontrei roupas de cuja existência eu não recordava !!! Essa atividade serviu para abrir um espaço precioso naquele armário. Mas tem muito o que fazer por aquele móvel velho pelos dias adiante !!!

domingo, 7 de outubro de 2012

Eu preciso dar mais atenção aos lembretes de minha mãe para rezar com uma freqüência maior, pois música alimenta espírito enquanto prece fortalece esse espírito, o que música não tem poder de fazer. Mas não é uma prece conhecida e decorada, mas uma prece original e sincera. Enfim: uma conversa com deus ...

sábado, 6 de outubro de 2012

Um gosto que tenho há muito tempo, desde menininha: visitar cemitério, pondo minhas preces aos pés de túmulos de antepassados e passeando pelos caminhos e por entre túmulos. Minha parte de profundezas, de subterrâneo, de submundo pedindo que eu satisfaça à deusa interior de trevas que existe em mim. Lindo !!!

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Tempos conturbados ultimamente ... Eu posso ter muitos momentos de trégua pelas horas afora dia a dia, mas não existe um setor de minha vida que esteja em ordem como eu esperaria nesse momento. Talvez eu devesse tornar a andar com uma adaga em minha cintura como eu fazia aos quinze anos de idade ... ¬¬

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Pelas fúrias ensandecidas: excelente eu nunca haver passado por cólica menstrual, a não ser por uma vez. Basta-me todo esse furor hormonal quando meu sangramento está para chegar, com meu humor instável e meu quadril dolorido e tenso e meus seios doloridos e inchados. Tenho poderes destrutivos nessa época !!!

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Um pensamento surgiu pela minha mente repentinamente enquanto eu fechava uma porta à chave: "Eu não acredito que eu tenho quarenta e um anos !!!" Então ri um risinho divertido e rapidinho. Nunca senti-me sequer com trinta anos. Meu espírito tem vinte e cinco anos congelados de idade mesmo !

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Tem sido um tempo conturbado. Eu tive uma encrenca com minha tia-irmã por conta de um saco de carvão. E eis leonina e virginiana encrencando acaloradamente por conta de uma bobagem total. Tomara ela e eu nunca encrencarmos seriamente com assunto importante de verdade, pois será terminal.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Setembro foi terminado sem surpresas. Eu completei mais um aniversário, muito bem parabenizado. Eu terminei uma amizade com uma pessoa que foi muito importante para mim um dia, mas abusou de minha confiança e de minha paciência durante esses quatro últimos anos. Sim: meus desamores são lentos.

domingo, 30 de setembro de 2012

Vadiando pelo domingo afora, após acordar às nove horas de manhã, acreditando que era mais de meio-dia e desacreditando quanto à minha ignorância quando fui verificar meu relógio. Foi uma manhã de navegação virtual seguida de uma tarde de maratona de série de aventura, cercada pelos peludinhos.

sábado, 29 de setembro de 2012

Um sábado de relaxamento completo para compensar uma sexta-feira carregada: eu e minha tia-irmã estávamos muito exaustas sexta-feira à noite, chegando ao ponto de adormecer pesadamente pelo sofá de sala, comigo acordando às cinco horas de madrugada, quase com nascer de sol. Foi um sábado ótimo !!!

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Lidando com uma sexta-feira brava, de correria de entra e sai por todo lado para acertar detalhes, preparando caminho para encerrar expediente corretamente para ir à praia. Mas eu estou lutando contra um empecilho que atravessa caminho de quem não tem sossego pelo dia inteiro de trabalho afora: exaustão.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Pelas fúrias ensandecidas: meu armário de roupas e sapatos parece ter sido atingido por um furacão !!! Eu nunca vi tanta confusão em um móvel que tenho pelejado para reorganizar. Além de que ele parece uma cornucópia: esvazio, esvazio, esvazio, mas ele está lotado sempre !!! Talvez um laser resolvesse ... ¬¬ (...)

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Oh, eu aprecio novidades, mas nunca aceitaria qualquer modernidade, como cores novas de esmalte para unhas. Eu nunca pintaria minhas unhas com amarelo, azul, laranja, verde-esmeralda, verde-musgo, embora eu tenha simpatia por cinza, marrom, preto. Eu prefiro cores antigas, como cor-de-rosa, vermelho, vinho ...

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Eu estou com saudades de Alagoas, Maceió, Resort de Maragogi, com suas águas mansas e suas areias sossegadas, que fazem você cair em um estado de preguiça de fazer inveja à uma lesma morta ! ^^ Eu adoraria voltar para lá para férias novas - faz mais de quatro anos e meio que não piso por lá ... ¬¬ Ai ...

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Zicas sendo superadas aos pouquinhos mas tem muito que fazer ainda ! Mas fiquei feliz ao parar por alguns instantes após uma chuva de fim de tarde de primavera, após muito sol brilhante e claríssimo, mas nada daquele sol causticante. Eu olhei em torno, procurando pelas árvores centenárias daquela praça diante de mim, vendo-as repletas de flores, amarelas ou lilases, por suas copas enormes e frondosas muito verdes. Ou então não havia flores por não serem árvores de florescer, mas todas estavam repletas de dezenas de passarinhos verdíssimos, muito bem ultracamuflados pelos galhos verde-primavera de tanta folha novíssima, chilreando e gorjeando e trinando em um saltitar infindo. Seu nome é maritaca, uma gracinha penosa muito conversadeira - além de encrenqueira quando estão disputando refeição ou território ! ^^ Eu estou adorando esta primavera até esse momento: calma, linda, perfeita, chegando refrescante e ficando triunfante. Eu preciso examinar meus vasos pela garagem e pelo quintal para ver o de que eles precisam !!!

domingo, 23 de setembro de 2012

Vivas à primavera, por quem eu tinha esperado ansiosamente, que chegou finalmente. Eu espero poder encontrar canteiros floridos, além de muitos bosquetes de árvores antigas, com musgos subindo pelos seus galhos. Eu adoraria poder visitar aquela cidade-jardim, cujo nome ficará em sigilo, com seus campos extensos de gérberas, rosas, tulipas, aos quais eu nunca pude ver senão de longe. Oh, como eu adoraria poder caminhar sossegadamente ou correr saltitantemente por eles, colhendo suas flores mais lindas em um buquê portentoso ! Mas nunca pude caminhar pelas aléias de um jardim, a não ser em um local: um jardim de um museu que foi solar de um barão antigamente. Eu amei essa idéia de caminhar e passear pelo meio de um jardim desde que soube que isso era possível quando era menininha e vi isto acontecer em um filme lindo de sessão de tarde. Eu espero que haja muito mais pássaros pelas árvores, além daquelas maritacas alegres e verdíssimas que cantam e voam tanto !!! ^^

sábado, 22 de setembro de 2012

Um dia consagrado ao rio, cristalino e puríssimo como todo rio deveria ser em todo seu percurso. Uma peninha que sua maioria seja assim quando está próximo de sua nascente. Faz muitos anos que eu não tomo banho de rio, fazendo isso pela última vez em um rio existente pelos fundos de um capoeirão de um sítio de uma tia-avó. Ele tinha uma cachoeira maravilhosa, que eu pude apreciar mal e mal porque nós estávamos atrás dessa cachoeira, onde ela começava a derramar-se pelo rio abaixo, portanto minha mãe aflitíssima ficou vigiando seus filhos com olhos de águia agitada para que nós não conseguíssemos passar por ela sem que ela visse para que nós não chegássemos perto daquela queda de cachoeira e não fôssemos levados pelas águas poderosas. Eu adorei admirar um rio correndo desde sempre, aflorando seu frescor pela sua margem em meio à mata. Três rios marcaram minhas lembranças de infância, em seu leito sossegado pelo mercado, pelo parque, pelo sítio.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Uma tarde linda nesta sexta-feira consagrada às árvores, seres maravilhosos que consomem gás carbônico e dão-nos oxigênio e mudam curso de vento (uma capacidade que eu não sabia que elas tinham até esta manhã). Eu saí para uma volta breve, enquanto havia luz de dia, para pisar pelo mar à beira de praia, cumprimentando árvores à vista pelo caminho. Uma dessas árvores, de tronco firme e forte, recebeu uma carícia em sua casca. Aquele céu estava lindíssimo, em uma aquarela tom sobre tom de azul, branco, cor-de-rosa, cedendo lugar ao cinza e ao preto lentamente. Era um céu cada vez mais laranja-fogo à direita, como se fosse uma explosão congelada, e um céu cada vez mais cor-de-rosa à esquerda, aquecendo e embalando montanhas ao fundo, com um mar cinza muito agitado à minha frente, que beijou minha bermuda até minhas coxas muitas vezes. Então fiquei apreciando céu, mar, montanha, praia até começar a ver luzes de postes acenderem. Preciso de mais tardes assim !!!

sábado, 1 de setembro de 2012

Mês de agosto encerrado. Este mês foi muito bom para mim, embora tenha sido muito triste para muitas pessoas conhecidas porque houve muitas mortes em suas famílias. Preces por algumas dessas mortes têm de ser feitas ainda. Eu fiz minha terceira viagem à Las Vegas este ano - isso mesmo: eu fui três vezes para lá este ano ! - em agosto, para assistir ao espetáculo de canto e dança de Celine Dion, um presente de aniversário para minha tia-irmã que ela presenteou a ela mesma. Eu consegui esconder-me de minha tia-irmã quando fomos à lojinha, após um espetáculo lindíssimo de duas horas, para comprar lembrancinhas assinadas e autorizadas pela diva. Eu queria comprar-lhe um presente de aniversário, recordando seu gosto em uma visita anterior àquela lojinha para não errar em minha escolha, comprando um vidro de perfume cor-de-rosa muito suave, que presenteei a ela ao voltarmos para nossa suíte, escondendo-o para que ela não soubesse o que eu havia comprado antes de ser hora. Ela sequer sabia que era um presente para ela !!! ^^ Eu adorei essa viagem. Foi primeira vez em que fui a Las Vegas sem ter frio lá. Primeira vez: era inverno. Segunda vez: era inverno. Teceira vez: era primavera. Se bem que aquela localização de Las Vegas, entre um círculo de montanhas rochosas em meio de um deserto, fez com que aquele inverno não fosse muito frio, muito menos gélido, e fez com que aquela primavera fosse quente, como se fosse um verão em dose dupla. Havia muitas árvores, muitas flores, muitas plantas, mas vi poucos passarinhos, que ficaram abrigados e escondidos pela sombra de canteiros e jardins muito inteligentemente. Eles eram lindos !

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Julho encerrado. Foi um mês legal, embora não signifique férias para mim há doze anos. Foi em julho que meu namorado ensinou-me que existe uma canção cujo título é meu nome, cantada por ninguém mais e ninguém menos que Elvis Presley !!! ^^ Oh, eu fui ao litoral de novo mas não pude dançar por entre ondas espumosas de cristas refrescantes outra vez. Uma praga ! Meu trabalho de assessoria está caminhando. Meu trabalho de consultório está caminhando. Meu trabalho de reeducação própria está caminhando. Eu estou estufando meu armário de livro, comprando mais exemplares para minha coleção de leitura a ser feita: foram dez aquisições este mês. ^^ Mas existe muito o que fazer pelos meus pertences para colocar tudo em ordem de verdade. Melhor fazer uma pauta de tarefas a cumprir por dia, como eu fazia quando estava cursando quarta série. Era muito organizador ! Fim de julho foi época de saudade e tristeza, comigo chorando dias antes de ser data de completar um ano de falecimento de minha avó. Ela merecia uma morte mais tranqüila e menos violenta, apesar de seu gênio agressivo. Era como um rinoceronte furioso encestando seu chifre e riscando chão com sua pata antes de correr enlouquecidamente contra você. Eu fui à catedral para fazer uma prece por ela pelo seu merecimento e pela sua necessidade, rezando por meu avô, seu esposo, como foi de minha intenção também. Foi por ambos que eu aceitei compartilhar uma rosa vermelha se eu tivesse alguém querido pelos céus. Ambos são meus anjos de guarda muito próximos pelos céus, principalmente meu avô, que foi ao meu socorro em meu momento mais perigoso em minha vida.

domingo, 1 de julho de 2012

Um mês inteiro de junho encerrado. Não houve novidades em sua primeira quinzena, a não ser pelo dia de namorados e pelo dia de santo casamenteiro, que eu descobri que tem poder de reencontrar coisas perdidas. Eu perdi um papelzinho amarelinho com anotações de pesquisa para resenha que eu não consegui reencontrar faz um mês. Talvez seja bom pedir ajuda para ele. Meu dia de namorados foi carinhoso e doce como nunca foi antes e tem sido há três anos. Uma prova cabal de que eu não sabia escolher homem para ser meu namorado e tinha escolhido jossa atrás de jossa. Ok, parece que eu melhorei, então carinho e doçura na terra às mulheres perseverantes ! ^^ Eu encomendei um pãozinho de santo casamenteiro para mim também. Comi-o respeitosamente aos pedacinhos, fazendo preces e pedindo por sua proteção, mas não pedi por marido porque não era prioridade para este ano. Mas eu não fui à festa junina alguma e à missa alguma que fossem em homenagem a ele. Minha segunda quinzena de junho foi quieta, com aniversários de meu avô falecido e de um primo menininho para começar e com aniversário de meu namorado para finalizar. Eu enviei-lhe um presente carinhoso, a que ele disse ter adorado. Aliás, ótimo ter um namorado que não é egoísta e não é frouxo e tem hábito de retribuir meus e-mails e meus presentes. ^^ Eu terminei junho pelo litoral - a trabalho - iniciando julho ali mesmo. Eu não tive tempo algum para ir ao mar ou à piscina, sequer para caminhar à beira de mar ou para mergulhar por cinco minutos. Como eu odeio ir ao litoral mas não ter clima ou tempo para dançar entre ondas de mar em suas cristas refrescantes !

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Maio terminando, com muita correria e pouco divertimento. Eu estou sentindo falta de freqüentar lugares bonitos. Minha residência não tem jardim, então ela tornou-se muito sem cor: ou é branco, ou é cinza, ou é branco, ou é cinza, ou é branco, ou é cinza ... ¬¬ Há vasinhos de flores pela garagem e pelo quintal (uma tripa de piso frio), mas eles não têm muitas flores. Sem falar sobre nossas flores-de-maio, que resolveram sacar seus botões em finzinho de maio para vir a abri-los e florescê-los (o que não fizeram até agora) em junho. Que raio de flor-de-maio é essa ???!!! Eu senti-me muito falha em minha jornada dupla de assessora-terapeuta e faxineira doméstica, pois meu consultório está ótimo enquanto minha residência está caindo aos pedaços de tão emporcalhada, pois eu tenho tempo mas não tenho vontade de fazer serviço doméstico sozinha ao chegar em casa às 21:00, 22:00, 23:00 dia após dia. Meus delírios frustrados de faxineira doméstica frustrada chegaram a sonhar com poderes de aprendiz de feiticeiro para manipular baldes e esfregões e vassouras para lavarem aquela residência inteira enquanto eu dançasse tango - mas sem tilts !!! ... ^^ Entretanto eu sei muito bem que eu terei de arregaçar minhas mangas e fazer minha faxina a ferro e a fogo, sem ajuda e sem magia. São muitos cômodos, todos espaçosos, portanto amplos, para faxinar sozinha. Ter ajuda para cozinhar uma refeição e lavar louça e lavar roupa não ajuda muito nesse serviço doméstico de limpeza pesada (esfregar, lavar, varrer, ...). Flores têm feito muita falta em minha residência ...

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Maio é mês de mães. Maio é mês de noivas. Um mês inteiro de carinho e de doçura para ambas. Mas eu não sou mãe e não sou noiva. Então nada de carinho e de doçura para mim. Pedras apenas. Oh, quinzena infernal pelos deuses todos !!! Tudo o que houve de ameno desse mês para mim foi parabenizar algumas pessoas conhecidas pelos aniversários. Um namorado a quilômetros ameniza mas não doma e encanta meu espírito sanguinário. Resultado: eu fui obrigada a ouvir "Perhaps Love", cantada por John Denver e Placido Domingo, para acalmar meu espírito sanguinário. Eu tinha de ouvi-la em um volume estratosférico porque seria uma malvadeza muito malvada reduzir aquelas vozes maravilhosas a um tom baixo que meus vizinhos não pudessem ouvir. Além de que deveria fazer bem para minha generosidade exercitá-la compartilhando tal preciosidade com meus vizinhos por alguns minutinhos (hihihi ...). Encanta-me ouvir aquela suavidade vigorosa de John Denver (falecido infelizmente) e aquele vigor suave de Placido Domingo (velho mas persistente). Portanto eu não poderia legar-lhes menos que meu volume máximo, permitindo que suas vozes comovessem meu espírito sanguinário, enchendo meus olhos de lágrimas que corressem pelo meu rosto para domar esta ferinha por algum tempo com aquele poema angelical em forma de canção. Oh, meu amor, você é amoroso e apaixonado, mas não pode estar em dois lugares a um tempo. Então eu preciso de um encanto musical enquanto seus braços não envolverem meu corpo em um abraço de socorro carinhoso, ok ? ^^

terça-feira, 1 de maio de 2012

Mês de abril complicado terminado. Foi aniversário de minha mãe e de meu primo e de meu sobrinho. Muito trabalho. Pouquíssimo divertimento. Mas minha série favorita desde que lançaram propaganda de estréia iniciou sua segunda temporada em seu primeiro dia (e não era mentira !). Eu adoro aquela série, com personagem favorito entre favoritos e tudo, além de que eu mataria metade daquele elenco de personagens, arrancando-lhes pedaços com minhas presas se eu pudesse, de tão ordinários e perversos que eles são !!!

domingo, 1 de abril de 2012

Março foi um mês ótimo para mim, que comecei-o arrumando malas para viajar em seus três primeiros dias, arrumando e fechando tudo para uma estadia de cinco dias em Las Vegas - mais dois dias de viagem, um para ir e um para voltar ! Como aquela cidade é linda, muito além de cassinos para todo lado. Mas eu dei minhas olhadinhas em suas partes horrorosas também em nossa voltinhas de ônibus para economizar pezinhos. Eu adorei aquele hotel, repleto de belezas !

quinta-feira, 1 de março de 2012

Fevereiro foi um mês lindo para mim, à parte cada e qualquer e toda confusão trazida por conhecidos folgados e desconhecidos ignorantes (foram cinco encontros encrenqueiros em um dia apenas, pela manhã inteira !). Meu primeiro fim de semana foi passado pelos braços de meu namorado. Cute ! Meu segundo fim de semana foi passado pelos braços de meu namorado. Kawaii ! Mas comentários muito mais atrevidos e ousados não são publicáveis para olhos alheios.


Meu terceiro fim de semana foi de carnaval, em que eu trabalhei bastante ao invés de farrear (se bem que eu não vejo graça alguma em farrear pelo carnaval desde que deixei de ter cinco anos, sendo uma menininha com seu martelinho temível de plástico com assobio embutido contra um piso de madeira encerada de salão de folia !). Mas meu quarto fim de semana trouxe-me cinco dias de mar e praia, com direito à piscina à noitinha ! ^^ Seguidos por mais três dias de trabalho !


Houve um almoço de aniversário, um funeral de um senhor conhecido, uma tarde de almoço de churrasco entre amigos e familiares em algum lugar pelo mês afora. Foi dia de namorados pré-estréia e parabéns para uma prima pelo seu aniversário em um dia só. Foi parabéns para um ex-namorado pelo seu aniversário também, vindo em véspera, pois eu não estaria livre para parabenizá-lo em data certa dessa vez, confirmando que ele é esposo e pai agora (uau !!!).


Minha prioridade a partir dessa noite será colocar alguma ordem em uma mala, com roupas escolhidas direitinho para não ficar sem estar à vontade pelo Ceasar's Palace, em Las Vegas, para onde irei neste domingo próximo, ficando hospedada ali, onde assistirei Celine Dion cantar esplendidamente, com sua voz maravilhosa, em sua última temporada de espetáculos, naquele condomínio de hotel, quase um resort de mais de dez prédios ao estilo clássico, repleto de beleza.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Minha segunda quinzena de janeiro foi de confusão e correria, caseiras e profissionais, que foram produtivas, resolvendo problemas e situações. Eu herdei armário e cômoda de quarto de meus avós definitivamente e tratei de reacomodar meus pertences nesses móveis conforme possível, embora eu não esteja muito à vontade quanto a utilizar o que pertenceu a eles por muitos anos. Tratar de cosméticos, roupas, sapatos foi mais fácil anteriormente quando tudo era meu mesmo.


Uma viagenzinha de cinco dias - dois dias para ir e voltar e três dias para ficar - a Las Vegas foi meu ponto alto desse mês. Uma cidade linda, ao nível fantástico mesmo como sua placa de boas-vindas proclama com cores e luzes sem humildade alguma. Muito de que conheci e vi naquela cidade não poderia ser descrito com palavras mais fracas que magnífico, maravilhoso, nababesco, soberbo, suntuoso. Eram muitas imagens fazendo maravilhas para meus olhos.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Eu estive cumprindo minhas resoluções de ano novo desde 01 de janeiro, aos pouquinhos, com calma, sem esquecimentos. Eu estou cuidando de mim mesma e de meus pertences desde então. Pus muita caixinha de cosmético e muita roupa de dia-a-dia em ordem nessa primeira quinzena passada. Minha noite de sexta-feira treze foi de preparação e separação de almofadas, jornais, sabonetes, suplementos, travesseiros para doação para uma entidade protetora de animaizinhos.



Tudo ficou organizado para ser juntado pela manhã de sábado seguinte para ser enviado à entidade em seu endereço de posto de adoção de animaizinhos mais próximo de minha residência naquele sábado de manhã. Eu coloquei caixas e sacolas de lixo reciclável em nossa calçada às cinco horas de manhãzinha e saí com um carrinho de feira carregado de doações às dez horas de manhã, quando era certo que aquele posto estava aberto e pronto para receber-me.



Mas eu não embalei aquele jornal e aquele suplemento em uma sacolinha à parte, pelo que paguei um preço pelo meu desmazelo. Aquele carrinho de feira era de varetas então aqueles jornais e suplementos escorregavam por elas conforme aquele carrinho de feira sacolejava. Eu pude impedir um estrago maior quando aqueles montinhos escorregaram ao chão pela primeira vez porque parei de andar há tempo. Fiz vigia para que não caíssem mais mas quando tem de ser ...



Não havia ninguém naquele posto de adoção. Talvez aquele dia nublado quase chuvoso tenha feito com que saíssem dali duas horas antes pois não haveria muito abrigo contra chuva para animaizinhos e cuidadores. Eu examinei direitinho mas não havia sinal de posto ali, em nenhum daqueles dois lados daquela esquina. Então resolvi voltar para minha residência por um caminho diferente, próximo à minha banca preferida de jornal, para ver se teria novidades a comprar.


Eu poderia conversar com minha tia-irmã, doida por cachorrinhos e gatinhos também, para nós irmos de carro ao posto de adoção mais distante daquele sábado, aproveitando para levar ração de sacos maiores com minha carga de carrinho de feira. Eu não tinha conseguido entregar minha carga, mas passear e visitar aquela banca estavam em meu roteiro daquela manhã também, então continuei minha caminhada pensando em como estocar naquele porta-malas direitinho.



Eu tinha mantido vigia sobre meu carrinho de feira também, olhando para ele ali atrás de vez em quando. Mas uma pedestre lerda à minha frente distraiu minha atenção quando ela obrigou-me a diminuir meu ritmo, ocupando aquela calçada estreita inteira, seguindo pelo meio de meu caminho, até que resolveu atravessar para outro lado finalmente após algum tempo sem dar-me passagem. Eu esqueci de minha vigia ao tentar livrar-me daquela mulher, raivosa pelo atraso.



Eu cheguei à esquina daquele cruzamento, de frente para aquela banca a visitar, terminando de atravessar aquele cruzamento maldito perigoso que eu abomino, assim como abomino qualquer cruzamento de trânsito, quase dando meu último passo para atingir minha última calçada, quando Mamãe Natureza fez sua filha Lei de Gravidade complicar minha manhã: metade daqueles jornais e suplementos escorregou pelas varetas daquele carrinho de feira aos meus pés.



Para complicar: eu percebi que aquele acidente havia acontecido quando aquela carga tocou meus calcanhares ao eu terminar de atravessar, quando aquele semáforo ficou verde para veículos e um vento começou a soprar, aliado ao vento produzido por aquela tonelagem de metal em movimento. Resultado: folhas e folhas de papel para todo lado ! Eu fiquei danada comigo mesma no ato, chamando-me de tonta daquele jeito delicado que eu tenho quando fico furiosa.



Eu quase roguei praga em São Pedro. Então uma afluência de raiva pelo meu serviço de separação de papel todo estragado e um lampejo de consciência cívica quando a manter minha cidade limpa fizeram com que eu não admitisse dar aqueles jornais e suplementos como pipas de presente ao vento. Eu coloquei aquele carrinho de feira a salvo naquela calçada, para onde dava olhadinhas de quando em quando, e tratei de caçar minha carga voadora de papel, resmungando.



Oh, eu estava sentindo-me uma mendiga andando pela cidade com um carrinho abarrotado de bugigangas, recolhendo o que encontrasse pelo caminho. Mas minha afluência de raiva e minha consciência cívica juntaram-se ao meu carinho pelos animaizinhos, que precisavam daqueles jornais e suplementos mesmo sempre. Então continuei minha caçada, tomando cuidado com aqueles semáforos daquele cruzamento maldito, que eu abomino mais ainda nesse momento.



Mamãe Natureza deve ter ficado um tantinho comovida comigo, correndo para cá e para lá como uma baratinha em dia de chuva, pois fez com que ventanias trouxessem parte de que haviam levado de volta para mim até aquela sarjeta em duas ou três vezes. Não era sempre que eu conseguia pegar cada montinho de papel que eu alcançava. Sequer pegava-o inteiro pela maioria de vezes. Isso porque uma ventania mais desobediente ou mais travessa tomava-o de mim.



Sem esquecer de mencionar que muitos carros a milhas por hora não fizeram-se de rogados em lançar minha carga de volta ao meio daquele cruzamento. Pois bem: meus instintos irritadiços italianos, não sei se calabreses ou sicilianos, talvez ambos, estavam mais que encarniçados naquela guerra: "Eu ficarei feito besta neste cruzamento pela manhã inteira mas retomarei minha carga para aqueles animaizinhos ! Ora, mas que desaforo !" Roguei praga em São Pedro !



Não era fácil correr atrás daqueles papéis, que ficaram presos em um túnel de vento naquele cruzamento para minha sorte, no hemisfério onde eu estava para minha sorte também, indo e voltando naquela ventania isolada de mão dupla. Mas ninguém veio ajudar-me, sendo que eu não podia mergulhar de cabeça simplesmente, de cócoras naquela sarjeta, pois seria decapitada a sangue frio pelo eixo mais próximo de cada carro que zunia em meus ouvidos tão fortemente.



Tudo era uma questão de correr em direção ao fardo mais próximo, que aquela ventania não tinha escrúpulo em desmembrar, para recolher o que pudesse a cada fisgada, vigiando se minha cabeça estava em segurança contra latarias à toda brida mais duras que ela. Era uma sorte aquele monte de papel não cair sobre parabrisa algum também. Mas sorte muda. Então eu, com meus pés de tendões feridos, teria de ser rápida. Foi meia hora de lufa-lufa, mas eu venci !!! ^^



Meu último papel recolhido colocou-me em rota de colisão com um motorista imbecil, em um carro enlouquecido que não estava lá quando eu atravessei até aquele meio de rua, que resolveu entrar à sua esquerda, onde eu estava, com semáforos vermelhos para todos aqueles veículos daquele lado, quando ele viu que não havia veículo vindo na pista com sinal verde, oposta a mim, vindo contra mim ao fazer uma curva muito aberta em uma conversão proibida violenta, rindo.



Não era meu dia de morrer em picadinho: meu senso de aranha fez com que eu olhasse em toda direção enquanto caçava minha presa toda vez. Eu saltei de banda quando aquele carro passou, ficando segura naquela calçada, onde aquele motorista foi xingado devidamente em voz baixa até que aquele semáforo ficasse verde novamente para mim, repousando de minha correria naquela calçada quando ele reabriu para veículos. Eu voltei ao carrinho, socando tudo ali devidamente.



Minha carga foi restabelecida totalmente quando soquei toda aquela papelada ali, juntando um papel único que foi muito cavalheiro de permanecer espetado à grama dura em um canteiro de praça onde minha banca preferida de jornal ficava estabelecida. Eu estacionei meu carrinho de carga à sua frente, indo xeretar pela prateleira de meus romances adoráveis onde encontrei dois livros e três romances de meu agrado, que foram comprados sumariamente. Eu voltei para casa.


Minha carga foi transferida ao porta-malas, onde foi reorganizada e separada, sendo unida ao carregamento duplo de ração que estava à espera sobre uma cadeira onde ele foi examinado e pesado. Eu conversei com minha tia-irmã antes de tomar banho e trocar roupa para levar nossa carga benfeitora e sair para almoçar em um restaurante de comida oriental, onde recompensei a mim mesma com um prato cheio de sushi e uma quantidade generosa de sashimi com shoyo.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Ah, minha retrospectiva 2011 terá uma olhadinha breve e curta, pois esse ano não foi um de meus anos melhores apesar de momentos adoráveis e excelentes. Meu ano novo começará com uma resolução também: cada um de meus dias será meu Dia Supremo para alguma realização.


Eu vivi parte de minhas férias em janeiro em suas duas primeiras semanas, vivendo momentos especiais com um homem especial que esteve em meus braços, colocando-me em seus braços em nossos encontros. Foi um início ótimo de ano, erótico e romântico em medida certa.



Minha família foi obrigada pela necessidade de cada um, o que envolveu egoísmo de minhas duas tias egoístas, a contratar uma cuidadora para ajudar a tratar de minha avó três vezes por semana em fevereiro. O que não teria sido necessário se minhas tias não fossem tão egoístas.



Nós - eu e minha família - celebramos aniversário de minha avó em março, a cuja festa todos seus convidados compareceram, à exceção de minha cunhada e de meu irmão, que tinham compromisso em outro lugar naquele dia segundo minha mãe. Minha avó pareceu-me calma.



Foi vez de ter aniversário de meu sobrinho em abril, cuja festa foi compartilhada por minha sobrinha, aniversariante de março, em um aniversário dois-em-um, pois não havia muito caixa disponível de meu irmão para uma festa em particular para cada um de seus filhos lindos.



Foi vez de um ciaozinho à cuidadora em maio, dispensada por mim por telefonema após pagamento de suas contas frente a frente. Um ferimento à unha em forma de cinco dedos de mão humana pelo braço de minha avó foi sentença de morte para aquela covarde mentirosa.



Seria aniversário de meu avô em junho, cujos parabéns eu enderecei em prece. Uma cuidadora diferente, contratada em maio, começou a irritar-me neste mês, pois sua conduta começou a ser arrogante, tentando impor suas vontades em nossa residência. Uma série ótima foi estreada !!!



Aquela cuidadora sonsa (para ser educada) fez um escândalo de baixaria ao ter suas vontades contrariadas, insultando a mim e a minha tia ao arrancar sua máscara de hipocrisia. Foi posta na rua por minhas mãos sem piedade em julho. Minha avó faleceu ao fim desse mês, muito fraca.



Foi aniversário de minha tia preferida em agosto, com saudades muito recentes de minha avó, cujo falecimento não tinha um mês de ocorrido. Mas minha avó deu-lhe seu presente de aniversário através de mim de qualquer forma, em um aniversário quieto em um happy hour.



Foi meu aniversário em setembro, comigo completando meus quarenta anos de idade, com espírito de vinte e cinco anos. Houve um bolo com docinhos e salgadinhos para mim, ao lado de minha mãe, meu pai, minha sobrinha, meu sobrinho, minha tia preferida, em uma festa calma.



Foi um halloween calmo e fraco em outubro, que não suscitou minha curiosidade e minha pesquisa sobre esse tema como fazia antes, três anos atrás, sendo meu terceiro halloween consecutivo tão calmo e fraco. Minha parte bruxa está calma e fraca, talvez morta ou velha.



Um mês de correria em novembro, pondo ordem em grau máximo possível em meu consultório e em meu trabalho de escritório para poder viajar em paz, arrumando minha mala aos pedaços para não levar o que não precisaria para um país onde exercer meu lado consumista sem culpa.



Viagem de dez dias para New York desde início de dezembro, fazendo minha festa de consumo pela L'Occitane e pela Victoria's Secret, comprando bijuterias finíssimas de brilhantes com pedras preciosas para minha mãe e surpresas criativas diversas para meus sobrinhos.



Oh, foi um ano complicado, como uma montanha-russa, com tristeza pela morte de minha avó. Minha resolução de ano novo sobre criar um Dia Supremo, minha adaptação ao Dia de Mim, será minha forma de trazer alegria e extroversão de volta aos poucos para meu espírito entristecido.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Ora, eu preciso viajar novamente. Faz três anos que fiz aquela viagem para terras alagoanas, de que tenho sentido saudade. Cada um de meus feriados e de meus fins de semana têm sido estressantes em quase cem por cento. Tem trabalheira para arrumar malas para ir e voltar e para preparar acomodações, mas não tem trabalheira para relaxar e repousar. Parece-me que arrumamos tudo para ir e para pernoitar, com tudo ficando pronto finalmente quando é hora de voltar ! Tão ótimo quando uma equipe inteira de resort faz tudo para você ! Pausa para um momento de revolta: argh ! argh ! argh ! argh ! argh ! Oh, céus, eu tenho tanto filme para ver e tanto livro para ler !!! Eu preciso reservar um tempo para mim, instituindo aquela idéia maravilhosa para mim mesma sobre Dia de Mim sem qualquer escrúpulo ! Afinal meus prazeres pessoais são simples: eu sou muito mais caseira e muito menos rueira e todo dia de chuva é tão ótimo quanto todo dia de sol para mim então eu preciso ter tempo pessoal para aproveitá-los !!!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Oh, o que fazer, o que fazer, o que fazer ... ! Eu estou envolvida com um mundo de papel, cuja pertencença não é de minha propriedade mas ao qual terei de dar um encaminhamento ... (sigh !) Eu terminei de ver uma fotografia de um céu dourado maravilhoso, indicando pôr-de-sol, sobre um deserto calmo e dourado e etéreo, sentindo que eu adoraria estar ali, naquela posição de observador de quem fez aquela fotografia, para admirar aquele pôr-de-sol desértico em paz, sem ouvir tantas vozes gastando meu nome a todo momento em meio desse mundo de papel. Certíssimo: eu adoraria estar naquele deserto ao pôr-de-sol, mas sem um calor infernal fritando meu corpo delicado ! Oh, céus, eu estou complicando mais ainda o que seria muito impossível por si só ! Ok, seria melhor não sonhar tão impossivelmente e simplificar essa situação com um prazer maravilhoso ao meu alcance: terminar de ler um romance sob tema medieval onde seu cavaleiro está investigando problemas de um vilarejo vizinho ao castelo de sua família fenomenal.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Eu estou ensaiando um banho de creme à noite para mim faz tempo, mas sem sucesso. Tomara eu possa presenteá-lo a mim esta noite. Mas mal tenho calma para ler minhas pesquisas quanto mais para presentear-me com um banho de creme. Não há mais além de "ajuda aqui ...", "onde está ...", "você fez, pegou, tem, trouxe, viu ...", interrompendo minha leitura a todo momento em tom de exortação de emergência. Então eu atendo e volto para minha leitura, retomando-a em um parágrafo que marquei, esperançosa para terminar minha pesquisa sem problema. Mas torno a ser interrompida nesse parágrafo, então atendo e volto, mas tudo para ser exortada e interrompida de novo e de novo e de novo e de novo e de novo nesse parágrafo malditinho há dias e dias e dias. Como eu conseguirei terminar minha leitura de pesquisa sobre Período Mesolítico de Pré-História de Inglaterra Anglo-Saxônica dessa forma, cáspita ???!!! Eles estão conseguindo transformar um assunto interessantíssimo em uma droga chata, lenta, velha !!! -_-

sábado, 8 de outubro de 2011

Velejar de escuna por aquele mar azul-esverdeado foi uma delícia, em uma atmosfera fresca e salgada pelo mar e pelo vento, em direção ao banco de coral. Era divertido e estranho saber que eu estaria em um local isolado, raso em comparação ao restante, com água até meus ombros, quando todo restante em torno teria mais de vinte metros de profundidade. Aquele banco de coral era uma piscina infantil natural em meio ao mar profundo. Isto foi inesquecível ! ^^


Ver aquele banco de coral sob água, com um óculos de mergulho que foi-me um estorvo até eu aprender a controlar seu uso, foi encantador. Havias corais amarelos, brancos, cor-de-rosa, verdes, vermelhos, cerceados por plantas aquáticas, todos serpenteados por peixinhos coloridos de todo formato e de todo tamanho. Foram muitos minutos submergindo devagarinho para alimentar peixinhos com bocadinhos de ração de aquarismo, olhando-os serpentearem entre nós.


Voltar à escuna foi muiton triste pois eu estava adorando ficar naquele santuário, mas nosso guia de excursão estava controlando subida de maré tanto quanto era possível, o que foi nosso sinal de partida. Subir à escuna foi fácil para ir e para voltar, mas descer naquele mar raso de retorno não foi tão agradável quanto descer naquele mar de banco de coral. Eu não feri meus tornozelos por muito pouco, apesar de meu cuidado e sem ajuda alheia de marinheiro mal-humorado. ^^

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Passear por aquela praia alagoana-pernambucana foi nosso passeio em terra melhor de todos naquele estado. Foi minha primeira vez nadando em um mar de águas verdes. ^^ Uma peninha eu ficar imaginando tubarões invisíveis maníacos por mim graças a um comentário de espírito de porco de um alguém linguarudo. O que não impediu-me de ficar sereiando pelo mar ali mesmo, mas fez minha atenção ficar alerta ao perigo imaginado ao invés de ficar una com aquele mar.


Paz por todo lado era regra ali: aquela areia era calma, aquele mar era calmo, aquele vento era calmo. Quem estava mais ou menos estressada ali era eu, com aquela história de tubarão por perto, a ponto de eu ficar flutuando de costas pela água por algum tempo para resolver abrir meus olhos e erguer minha cabeça para ver se eu não estava flutuando em direção a uma bocarra aberta de um carcharodon carcharias, conhecido como tubarão branco (pavor total !).


Pensar que um namorado aos abraços e beijos comigo cairia muito bem por ali aliviou um pouco aquela tensão, mas eu nadei ao estilo sapinho de volta para meu guarda-sol-quiosque rapidamente, sentindo um vai e vem de água geladinha revezando com água morninha em volta de meu corpo. Fui tomar posse de meu lugar em minha espreguiçadeira para comer castanha torrada de caju vendida às mãos cheias, morrendo de saudades daquele lugar ali mesmo. ^^

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Foram três atividades preferidas em Alagoas: espreguiçar pela Praia de Resort, passear pela Praia de Carneiros, velejar pelo mar azul-esverdeado em uma escuna para visitar um banco de coral. Ficar espreguiçando pela praia era ótimo, reduzindo cada atividade metabólica ao nível lento, o que produzia uma leseira que produzia sonolência a todo momento. Foi por esta razão que eu nadei e nadei e nadei em toda piscina que encontrei por ali (três ao todo).


Nadar era ótimo, afastando aquela leseira, porém trazia um efeito colateral inevitável: leseira em dobro, pois nadar alegra, aviva, refresca, mas cansa. Porém como eu poderia negar mergulhar e nadar naquela piscina maravilhosa cujo comprimento em "esse" era duas vezes maior em área que a casa de minha avó ou a casa de minha mãe ?! Quando meu espírito de peixe iria negar-se a dar-se esse prazer imensurável que não é possível explicar em palavras dignamente ?


Saborear três piscinas maravilhosas, que eram extensas quando não eram profundas, seria impossível de ser negado por mim. Isto deve ser um amor de concepção intra-uterina pois eu devo ter ficado muito à vontade nadando pelo líquido aminiótico pelo ventre de minha mãe, considerando aquelas cabriolas a que ela fez referência quando disse que eu não ficava quieta pelos chutinhos que ela recebia freqüentemente. Jamais recuso um mergulho refrescante !!!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Viajar de carro fretado foi uma idéia ótima. Nós éramos nossos motoristas e não tínhamos um ocupante estranho naquele carro. Bastou uma observaçãozinha de por onde tínhamos vindo para encontrar para onde deveríamos ir, saindo daquele bairro abandonado e tristonho tão paupérrimo pelo qual não tínhamos o que fazer infelizmente. Nós conseguimos encontrar aquela praia finalmente, chamada de Praia de Carneiros, acolhedora, calma, linda - e quase vazia !!!


Voltamos ao carro por um instante para pegar nossas bolsas de praia e tratamos de escolher e preparar nosso acampamento: ficamos acomodados em cadeiras espreguiçadeiras cedidas pelos quiosques, pedindo bebidas geladas e iscas de camarão frito e peixe torrado. Primeira tarefa: organizar bolsas pelo guarda-sol-quiosque. Segunda tarefa: passar protetor solar em quantidade pelo corpo inteiro. Terceira tarefa: resolver o que fazer para aproveitar aquele paraíso !!! ^^


Aquela praia não tinha carneiro algum à vista. ^^ Tinha tufos de capim espalhados esporadicamente pela areia clara, mas não havia carneiros pastando por ali. Eu fiquei sem saber porque essa praia tinha esse nome. Seria mais condizente se fosse chamada de Praia de Gatos (aquele felino caseiro que mia para seu humano-de-aluguel quando quer beber ou comer alguma coisinha de gato) pois havia muitos gatinhos caminhando e espreguiçando por ali. Todos lindos !


Gato é meu animal preferido de todos meus dias. Não haveria dúvida alguma de que eu iria brincar com eles. Fiz amizade com um gato preto de pêlo felpudo, muito longo e muito macio, que ganhou iscas de peixe de mim (não, ele não tornou-se meu amigo temporário por interesse: isso é um mito insultuoso contra um felino tão amistoso !). Ele foi dormir em sua caminha escondida. Eu espreguicei-me naquela espreguiçadeira confortável e convidativa, admirando aquele mar.


Era um mar verde, de um verde-esmeralda muito profundo como eu nunca vira, rodeado por ilhotas e praias de areia clara, semeadas com fartura por palmeiras elevadas e esguias de folhagem muito verde. Uma brisa morna e suave soprava fazendo carícias travessas em meus cabelos que causavam-me cócegas fraquinhas. Estava muito calor. Eu estava louca para mergulhar para nadar sofregamente. Mas alguém lembrou que Pernambuco estava perto.


Por que fazem essas maldades comigo nesses momentos críticos ?! Foi um raciocínio-relâmpago: terras pernambucanas com mares avermelhando pelo sangue derramado de carne de matadouro atraindo tubarões famintos em quantidade. Era óbvio ululante que eu fincaria meus pés naquela praia por horas depois desse lembrete, mesmo morrendo de calor com vontade de nadar ! Aquilo era uma equação horrorosa: ficar na praia morrendo de calor ou ir ao mar alimentar tubarões ?


Eu escolhi ir ao mar alimentar tubarões, temerária em minhas decisões de ascendente escorpiano. Eu nadaria velozmente de volta à praia, de que não estaria muito longe, se visse uma barbatana ou uma sombra de tubarão em minha direção. Eu nadaria velozmente ! Nadaria ? Óbvio que nadaria ! Feito uma lesma morta comparada com aquele peixe auto-propulsado ! Eu entrei devagar pelo mar, medindo profundidade e tateando areia de fundo, lenta como nunca fui !

Eu fui até onde teria água pela minha cintura, submergindo até mergulhar inteiramente, voltando à tona para inclinar minha cabeça para trás para pentear meus cabelos com água. Fiquei parada ali à propósito de nada, feito uma parva, resolvendo flutuar um pouquinho de olhos fechados. Foi quando ouvi silêncio total à minha volta, imaginando quantos tubarões brancos estavam ao meu redor àquela hora, sorteando sua primeira mordida com jokenpô.


Não havia como ficar ali assim ! Eu abri meus olhos, rezando para estar sozinha absolutamente naquele mar, o que foi atendido, para voltar rapidamente à praia, onde fui inquirida por minha tia muito surpresa pois eu nunca voltei de um mergulho de mar em menos de meia hora pelo menos, quanto mais em cinco minutos. Ela riu quando ouviu minhas razões. Mas estava muito calor. Então TODOS naquela praia resolveram ir ao mar. Óbvio que eu fui também ! ^^


Seria muito azar se um tubarão mordesse meu pé com tanto pé para escolher naquele mar enorme. Foi meia hora de mergulho pelo mar verde, mas ele não estava muito profundo para adultos naquele momento e nós sentimos fome após meia hora de mergulho. Então voltamos felizes e molhados ao quiosque, encomendando peixe frito em quantidade, que foi comido regado a suco gelado, com castanhas torradas de sobremesa. Ficamos ali, bronzeando, até escurecer.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Sorte eu não estar sob sol forte em momento algum ao adormecer naquela praia, protegida por aquele quiosque de palha, porque nenhum de meus companheiros de viagem foi capaz de acordar-me em momento algum. Eu dormi por duas ou três horas consecutivas ! Acordei sentindo-me molinha e preguiçosa, tocada suavemente pela luz solar, ouvindo ruído incessante e teimoso de ondas de mar. Minha tia preferida surgiu em breve, oferecendo caldo de almoço.


Uma cumbuca de caldo de camarão, muito quentinho e muito saboroso, que eu fui buscar no quiosque-restaurante à beira de praia ali ao lado. Isto abriu caminho para duas cumbucas extras de caldo quente e saboroso: de camarão novamente e de feijão obviamente. Minha gulodice natural ficou muito grata ! ^^ Mas era hora de ir ao mar, o que fiz assim que acordei direitinho e não senti minha barriguinha forrada pesando. Levantei-me, partindo em linha reta para nadar.


Entretanto aquele mar não estava para mergulho. Era lindo em seu tom degradê de azul e verde, mas estava recuando, em uma maré mansa que levava-o às profundezas, mal havendo água ali para que cobrisse meus tornozelos. Eu andei, andei, andei. Sem mudança ! Eu andei, andei, andei. Sem mudança ! Eu andei, andei, andei. Sem mudança ! Então eu andei, andei, andei, andei, andei, andei, andei, andei, andei, andei, cruzando com três canoas, cada qual maior que outra, mas quê !


Não houve mudança naquela profundidade: toda aquela água continuava mal cobrindo meus tornozelos ! Houve mudança naquela distância entre eu e meu quiosque certamente: eu mal via seu telhadinho, uma mancha marrom claro ao longe ! Aquelas canoas dançando pela água em meio a um mar que mal tocava meus tornozelos, comigo parecendo uma ilha, com água para todo lado, fizeram-me ficar apreensiva. Era hora de voltar antes que eu não pudesse voltar mais !


Posseidon era meu conhecido antigo, a quem eu nunca temera, mas eu sabia muito bem que ele era temperamental a ponto de lançar sua fúria contra quem não tinha culpa ao seu respeito. Sentei-me para refrescar meu corpo inteiro, deitando-me por um instante naquela piscina monumental, pois estava muito calor. Então levantei e voltei, girando em meus calcanhares, para não ser pêga em um recuo forte de maré que sugasse a mim em suas águas caprichosas.


Tinha uma tarde inteira pela frente, que eu passei tomando brisa morna vinda de mar e refrigerante gelado e sorvete de creme vindos de um quiosque próximo, à minha vontade, sem ter que ficar preocupada com carteira e com dinheiro porque era uma viagem feita pelo sistema all inclusive (tudo incluído), ou seja, estava tudo pago previamente, mesmo que eu não bebesse e não comesse em momento algum ! Muito cômodo. Muito prático. Muito relaxante. ^^


Nós fizemos dois passeios, criados por nossa conta e nosso risco: uma viagem diurna à uma praia fora daqueles limites daquele resort e uma volta noturna pelo mercado de artesanato daquela capital nordestina. Foi uma viagem mesmo até aquela praia ! Nós fomos parar em uma primeira praia, mas ela era escondida por um matagal, atrás de uma porteira esquisita, cujo ingresso era cobrado por pessoa. Ficaria um valor absurdo. Não era nossa praia almejada também (VIVA !).


Nós voltamos ao carro fretado para seguir adiante pela estrada de terra, chegando a outra praia cercada, que tinha bar, quiosque, restaurante em sua infraestrutura, não cobrando ingresso, mas era exploradora em seus preços de tudo e estava abarrotada de turistas por toda parte, o que não compôs um cenário convidativo. Partimos procurando pela praia que buscávamos, que não era aquela praia também (VIVA !). Rodamos um pouco mais, perdendo nossa estrada de terra.


O que fez com que víssemos o que deveria ser realidade para 95% daquela população daquele estado: casas paupérrimas, quase taperas, de alvenaria carcomida e pintura horrorosa, em cores tristes muito desbotadas, repletas de crianças nuas ou seminuas, de pele torrada pelo sol inclemente, brincando pelo barro de ruas sem asfalto ou calçamento diante de seus portões pequenos de madeira quebrada (quando havia portão !), de casa em casa. Muito aflitivo !


Vimos suas mães e seus pais ali por perto, espalhados pelo arremedo de calçada esfacelante, olhando para nosso carro com olhos compridos, ora raivosos, ora tristonhos, causando-me uma sensação de que eles viam-se como se fossem animais de safári observados por turistas de coração duro e frio que tivessem perdido seu rumo a caminho de uma praia. O que fazia-me pensar como um litoral riquíssimo poderia ter uma população paupérrima em sua maioria ...

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Alagoas. Maceió. Resort Salinas de Maragogi. Um local paradisíaco e tranqüilo a que fui e de que sinto saudades preguiçosas. Nossa van trouxe-nos à porta desse resort. Uma porta larga, de altura de entrada de hotel cinco estrelas, com árvores e estrada de terra à frente e muros altos repletos de folhagens trepadeiras em todo seu perímetro (o que não era pouca coisa !). Esta porta de entrada conduzia para um saguão de piso encerado de madeira para ir à recepção.


Era para pegar chave de apartamento, um para mim e minha tia preferida e um para um casal de amigos. Esta recepção abria uma encruzilhada de corredores: um para apartamentos, um para entrada e saída, um para saleta de estar e de informática, um para um labirinto de corredores menores para jardim, piscina, restaurante, shopping, etc, etc, etc. Nossas maletas foram enviadas aos quartos, para onde fomos conduzidos, conhecendo-os e preparando-os.


Nós saímos para passear pelo local: deixamos nosso apartamento, percorremos um corredor, atravessamos uma ponte ornamental sobre um lago de peixes e sapos (onde esbarrei em um lagarto enorme e escamoso muito esnobe), cruzamos um corredor cheio de lojinhas de artesanato, encontramos um restaurante, tomamos caminho de jardins, cruzamos um gramado extenso e verde ao anoitecer, marchamos até atingir beirinha de praia diante de um mar negro.


Observei aquele mar negro unindo-se àquele céu negro, respirando e sentindo uma brisa morna e suave enroscando-se pelo meu corpo devagarinho. Fiquei observando hipnoticamente, percebendo que aquele muro extenso de folhagens trepadeiras não estava por perto ali naquela praia, deixando passagem para direita e esquerda à vontade de quem quisesse caminhar e sair daquele perímetro de resort. Eu prometi um encontro ali para Posseidon pela manhã seguinte.


Nós fomos jantar em seu restaurante principal, repleto de mesas e turistas, oferecendo um cardápio variado de bebidas, carnes frias, carnes quentes, cereais, massas, petiscos, saladas, sobremesas. Cada noite oferecia um jantar temático muito nababesco ! ^^ Nós terminamos nossa noite de chegada tomando drinks de frutas com leite condensado para mim e muita bebida alcoólica variada para meus parceiros, ouvindo baladas ao violão a céu aberto pelo jardim. ^^


Uma cama de solteira, confortável e quentinha, esperava por mim ao lado de uma janela que dava para um jardim enluarado muito convidativo, repleto de grilos cantores temerários disputados por pássaros noturnos que voejavam pelas copas frondosas daquelas árvores baixas. Eu adormeci banhada e satisfeita, toda molinha pela ducha morna ultra-massageante, acordando pela manhã com raios de sol entrando pela minha janela acortinada à vontade suavemente.


Eram minhas férias de ano novo, tiradas em fevereiro, compondo um pacote turístico de dez dias. Eu amanheci desejosa de um café de manhã saboroso para passar meu dia pelo mar e pela piscina. Havia uma profusão de frutas, geléias, manteigas, margarinas, pães, presuntos, queijos, com leite feito de várias formas diferentes, gelado ou quente, próximo de iogurtes e sucos. Meu prato foi servido por mim mesma generosamente com tudo o que julguei mais magro.


Servi-me de mussarela e presunto com queijo branco em várias fatias para comer com pão integral e torrada clara, junto de dois copos de iogurte de morango, dois copos de leite maltado, dois copos de suco de laranja, saboreando tudinho antes de tomar gelatina de sobremesa. Partimos para mar e piscina, levando maletinhas de litoral a postos debaixo de nossas mesas. Que mar maravilhoso ! Que piscina monumental ! Era uma suntuosidade realmente !!! ^^


Como deus é um artista primoroso em aquarela degradê, representada pelo mar que eu encontrei ali !!! Um azul brilhante e intenso, surgindo em tom sobre tom, de mais claro para mais escuro, tornando-se próximo ao verde até tornar-se verde realmente. Era uma delícia hipnotizante observá-lo à distância não muito curta e não muito longa, estendidinha sobre uma espreguiçadeira de madeira forrada sob um guarda-sol espaçoso de palha servindo de quiosque.


Era meu primeiro dia sob sol nordestino então resolvi ser cautelosa, colocando bastante protetor solar sobre meu corpo quase não coberto por meu biquini verde, revezando meu tempo entre molengar naquela espreguiçadeira e nadar persistentemente pela piscina quilométrica de águas claras e frescas. Eu não tinha qualquer sensação de fome após um café de manhã lauto à minha escolha. Então fiz o que não fazia desde menininha: adormeci sob nosso guarda-sol molemente.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Tem sido estranho tomar posse daquele armário e daquela cômoda de minha avó, em um quarto que eu partilhava com ela mas que nunca havia sido meu quarto de fato. Isto tem feito com que eu possa esbarrar em pertences de meu avô e de minha avó que ficaram para trás, escondidos pela partilha ou separados como lembrança, trazendo uma sensação de saudade e tristeza mesclada com uma sensação de deslocamento. Eu detenho minha mão toda vez que penso em mudar sua decoração ...

sábado, 3 de setembro de 2011

Eu estou começando a pôr feição ao meu gosto ao banheiro e ao quarto que eu partilhava com minha avó, onde fôra quarto de casal de meu avô e de minha avó por muitos anos consecutivos, há vinte e seis anos pelo menos, pois seu quarto de casal original ficava em um cômodo frontal antigamente. Eu estou fazendo limpezas e mudanças com carinho e com cuidado aos pouquinhos, muito lentamente, por respeito a eles, enquanto uma sensação de ser invasiva vem sendo domada a passo de lesma ...

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Eu adorava ouvir minha avó falar "decerto" quando respondia a alguma pergunta que eu havia feito, pois eu achava aquele jeitinho como ela falava essa palavra uma gracinha. Mas fazia muito tempo que ela não falava assim. Eu adorava ouvir minha avó falar sobre laranjas quando tratava de diferenciá-las com gestos e palavras, dizendo que eram de outra "qualidade", pois eu achava aquele jeitinho como ela falava sua explicação uma gracinha. Mas fazia muito tempo que ela não falava assim. Eu encontrei uma receita de bolo em seu caderno de receitas uma vez, quando eu folheava-o a propósito de nada. Era um bolo de laranja, cuja receita minha tia preferida reconheceu como sendo de um bolo de laranja que minha avó fazia desde que suas filhas eram pequenas. Era um bolo de laranja que eu adorava comer, com muita e muita gulodice, quando eu era pequena. Minha avó batizou sua receita sem nome de bolo de laranja de "Bolo Sílvia" por essa razão. Eu descobri esse acontecimento há pouco tempo, quando eu era adulta há anos. Eu estive cuidando de minha avó cada vez mais e mais, há mais de cinco anos e meio, desde que meu avô faleceu, e vi sua cabecinha sofrer com acidentes e incidentes, com sua idade avançada e sua saúde precária, fazendo sua memória esquecer fatos e lembranças e misturar suas filhas com seus irmãos como se todos fossem seus filhos. Ela não estava ouvindo bem e vendo bem, prisioneira de seu corpo cada vez mais, mal podendo mover-se por centímetros deitada em sua cama sem ajuda de alguém. Cuidar de minha avó teria sido muito mais simples para mim se duas de suas quatro filhas não tivessem sido tão egoístas, chegando a pensar em interná-la em um asilo porque isto era mais fácil que ceder-lhe um dia por semana de suas vidas para estar com ela e não sobrecarregar a mim, à minha mãe, à minha tia preferida como estava acontecendo há quase seis anos consecutivos. Mas essa ajuda, com esta disposição, jamais aconteceu.


Eu saí de casa de meus pais, deixando cunhada, irmão, mãe, pai, sobrinha, sobrinho, um quarto particular com tudo o que significasse liberdade e privacidade para trás, cada vez mais, por escolha própria - que foi muito explorada pelas minhas duas tias egoístas, diretamente e indiretamente, cada vez mais, com e sem minha permissão - porque eu não era capaz de abandonar e esquecer minha avó sem cuidados em sua casa como elas eram capazes de abandonar e esquecer sua mãe, ora pelo egoísmo de cuidar de sua família, como se sua mãe tivesse deixado de ser de sua família após ambas casarem-se e mudarem-se, ora porque seu interesse maior estava em regar um vaso ou varrer um tapete em sua casa própria, sem sequer cogitar por meio segundo que uma senhora de oitenta e oito anos de idade, que gestara e parira a ambas, dando-lhe de seu leite, fosse tão praga quanto fosse também mas sendo sua mãe, valeria mais que um tapete ou um vaso. Havia uma idéia, minha e nossa, ou seja, minha e de minha mãe e de minha tia preferida, de que nós cinco (eu, mãe, tias) poderíamos cuidar de minha avó juntas, com cada uma responsabilizando-se por um dia por semana pelos dias úteis, intercalando-nos pelos fins de semana, para que todas cuidassem de minha avó e todas tivessem seu tempo de lazer e seu tempo de trabalho. Mas isso foi uma ilusão muito doce, acalentada pelos anos afora, de que perdi toda minha esperança em meu último segundo, quando minhas duas tias egoístas não pronunciaram-se, sequer dando luxo de sua presença em algum lugar, pelo que eu e minha mãe e minha tia preferida começamos a conversar sozinhas a respeito pela milionésima vez recentemente. Mas não era para ser. Minha mãe estava ultra-nervosa, sem qualquer condição de compreensão. Minha tia preferida recusou-se a conversar sobre o que fosse então. Cada qual saiu pela porta, cada qual em sua vez, comigo procurando entender-me com elas em vão.


Eu não queria que elas saíssem daquela maneira, com raiva e sem intenção de voltar, mesmo que eu soubesse que essa intenção não seria verdadeira enquanto aquela raiva era verdadeira de fato. Ambas voltariam, mas não voltaram naquele momento, ignorando meu chamado. Eu estava sozinha e não tinha aquela opção de ir embora para um lugar que fosse meu. Então fechei aquela porta atrás de mim, recostando-me a ela para baixar minha cabeça e permitir-me chorar, rezando por entre lágrimas para que uma mulher única para quem eu poderia apelar ainda viesse em meu socorro: Maria Santíssima. Pedi-lhe força para não esmorecer de vez e poder para conseguir ignorar meu braço avariado e minhas costas doloridas para que eu pudesse carregar minha avó ao banheiro e à cozinha e ao quarto conforme ela precisasse como eu vinha fazendo dia a dia pelos anos afora. Pedi-lhe por cortesia, paciência, sabedoria, tolerância para cuidar de uma velhinha espinhosa de sangue italiano tão geniosa quanto eu porque quem estava em uma situação pior dentre todas era ela ainda, por mais que minha situação não fosse fácil. Foi o que pedi e foi o que recebi, sujeitando-me a cuidar de minha avó enquanto arrumava e limpava sua casa, com um pouco de ajuda de minha tia preferida para pô-la em sua cadeira de rodas para o que precisasse antes de minha tia preferida sair para seu trabalho de manhãzinha. Eu ficava com minha avó pela manhã afora, dando-lhe de beber e comer, prepando seus remédios e servindo em que mais precisasse, até deixá-la acomodada e segura em sua cama, em meio de tarde, para então eu sair para meu trabalho e voltar à noitinha após mil malabarismos, com minha avó em minha mente, preocupada com quem eu deixei acomodada e segura, mas sozinha. Eu suportei esse ritmo por treze dias consecutivos. Minha avó faleceu de manhãzinha pelo décimo quarto dia, vitimada por diabetes e septicemia, após vencer três paradas cardíacas.


Minha avó não encontrou forças para retornar de seu quarto embate. Tinha sido eu quem ajudara seu socorro em casa. Tinha sido eu quem ajudara seu socorro em uma ambulância. Eu era sua acompanhante em sua entrada hospitalar, aguardando por um anúncio médico a viva-voz que nunca mais chamou-me à saleta de pronto-socorro. Foi minha tia preferida quem contou-me sobre seu falecimento, chamando meu nome à distância e revelando tudo sem palavras em um rosto choroso retorcido pela dor. Quem disse palavras de resposta ao anúncio mudo fui eu, correndo para abraçar-me a ela naquele corredor horroroso: "Ai, Jesus Cristo, tia: não !" Foi quando ela contou-me quantas paradas cardíacas minha avó enfrentara. Então foram filhas e neta chorando pelo corredor, cada qual com sua dor, embora eu não estivesse preocupada minimamente com qualquer dor ou sentimento de minhas duas tias egoístas. Fiquei abraçada à minha tia preferida por algum tempo. Então fiquei à sós naquela grade daquele corredor, em silêncio, tentando entender porque um trecho musical silencioso, que existia em meus ouvidos apenas, de "Morte de Cisne", estava tocando em minha mente sem parar. Foi quando algo semelhante a um soluço estrangulado e ressecado saiu à força de minha garganta, comigo caindo de joelhos para chorar sem ter voz para responder à preocupação de minha mãe. Levantei-me finalmente, ouvindo consolos de minha mãe, que não entendia-se com suas recomendações sobre chorar e não chorar porque minha avó estava bem naquele momento. "Como não chorar, mãe ?! Minha avó morreu, mãe ! Sua mãe morreu, mãe !" Era minha verdade pesada: minha avó era morta ! Todo restante naquele hospital foi burocracia. Todo restante naquela residência foi escolher traje fúnebre para minha avó. Tudo naquele hospital e naquela residência a esse respeito foi feito por mim e por minha mãe. Minha tia preferida fez tudo mais.


Nós todas fomos ver minha avó em seu leito de morte. Minha mãe não disse uma palavra, mas foi nosso escudo às nossas costas, para mim e para minha tia preferida, oferecendo-nos calma ao entrar conosco. Minha tia preferida foi quem descobriu minha avó para ver-lhe seu rosto, chorando e lamentando por "não ter tido tempo para lavar seu cabelinho". Ela saiu dali em instantes, acompanhada por minha mãe, que viu que sua irmã não conseguiria ficar ali por muito tempo. Minha mãe chamou por mim mas eu respondi-lhe que eu estava bem, ficando ao lado de minha avó enquanto minhas duas tias egoístas vinham vê-la. Eu lutei para não pensar em hipocrisia ao ouvi-las dirigir-se à mãe morta, afinal eu não tinha como medir-lhes sua dor de fato, mas fui única a falar com minha avó com sinceridade e sem vontade de chorar, sabendo muito bem que o que eu falara e o que eu fizera por ela fôra sincero, com mais compreensão ou com menos compreensão, mesmo quando ela não gostara. Beijei-a, falando-lhe com voz firme e não disse uma palavra para minhas tias egoístas. Minha avó pareceu-me uma bruxa-medusa cinzenta e descabelada quando olhei-a morta pela primeira vez, culpa daquela posição em que ela ficara ao morrer, que era uma resposta física de seu corpo ao choque de ressuscitação que recebeu. Reconheci que era muito semelhante a como ela ficava quando relaxava sua cabeça de boca aberta e sem dentinhos sobre seu travesseiro para dormir. Ela parecia adormecida. Fechei-lhe sua boca com carinho e cuidado, ignorando comentários de uma de minhas tias egoístas dizendo-me para não fazê-lo, respondendo-lhe que era hora de fazê-lo, pois seria impossível mais tarde. Beijei minha avó em sua testa novamente. Fui eu quem saiu por último, após cobrir-lhe seu rosto novamente, agradecendo pela atenção à enfermeira que iria vesti-la para seu funeral. Restava-nos horas compridas de velório, onde quis minhas tias egoístas longe de mim.


Nós vivemos horas compridas, muito estranhas para mim, pois eu não tinha mais lágrimas. Meus olhos mal marejaram pela tarde afora. Eu recebi cumprimentos de familiares e vizinhos, inclusive de primas que vieram de longe, de outra cidade. Não recebi consolo de primos de quem eu esperava consolo. Recebi consolo de primos de quem eu não esperava consolo. Foi ao ser abraçada e consolada por um de meus primos que eu percebi que eu não tinha mais avós. Eu tinha ficado sem avô e sem avó finalmente. Jamais tornaria a ver minha avó forte e sadia, em pé diante de sua pia velha de pedra vermelha, preparando roletes finíssimos de gnocci e separando-os em pedacinhos iguais com seu facão de cozinha para pô-los a cozinhar em água fervente em seu caldeirão borbulhante. Eu adorava vê-la preparar gnocci e tinha raiva de deus por levá-la e raiva de minha avó por ter seguido, em pé ao lado de seu esquife, sendo abraçada por meu primo enquanto abandonava minha cabeça em seu peito. Houve canto e missa em seu velório, partindo para sua sepultura em um cortejo silencioso, para repousar seu corpo junto ao corpo de meu avô, seu esposo. Seu esquife tinha oito aldravas. Tanto amigo. Tanto familiar. Tanto vizinho. Havia tanta gente ali mas não surgiu um homem que fosse para segurar aquela oitava aldrava, atrás de meu pai, que ficara encarregado de uma aldrava à altura de cintura de minha avó, onde ela era mais pesada. Eu aguardei e observei mas ninguém apareceu. Então apressei meu passo e segurei aquela oitava aldrava para carregar minha avó, cujo esquife estava adernando e poderia cair, o que eu não permitiria acontecer. Eu havia carregado minha avó em meus braços sozinha por mais de cinco anos e meio então poderia fazer esse esforço por mais um pouquinho. Pela minha avó. Pelo meu pai. Às favas se alguém julgasse que o que eu fiz era tarefa para homem. Que um homem tivesse posto seus músculos em ação antes de eu ter de tomar uma iniciativa, maldição !


Ela não está mais conosco há um mês. Nós enviamos seus remédios e suas roupas e seus sapatos para quem precisasse cinco dias atrás apenas. Eu tenho mais liberdade e mais privacidade mas não sei o que fazer com elas. Choros breves surgem de repente sem aviso algum. Sonos invencíveis, de muitas horas, têm-me apanhado muitas e muitas vezes, fazendo-me dormir em horários infantis. Talvez seja por cansaço emocional pois não tenho sido tão laboriosa assim. Eu pude sonhar com minha avó dias e dias atrás. Ela estava deitada em sua cama, acomodada, quentinha, segura, com sua cabeça em seu travesseiro, onde ela costumava deitá-la, de boca entreaberta e olhos fechados, vestida com uma roupa sóbria, à guisa de camisola, que ela nunca tivera e que eu nunca vira antes. Ela acordou para dizer-me que estava muito bem e tornou a adormecer diante de mim, com um sorriso insondável em seus lábios. Minha avó era morta. Eu acordei serenada. Talvez conformada, embora saudosa. Eu jamais desejei muitos anos de vida para minha avó desde que ela ficou viúva e sua saúde tornou-se cada vez mais péssima. Seu corpo tornou-se uma masmorra de tortura. Seria crueldade desejar-lhe muitos anos de vida em seu aniversário pois viver presa ao seu corpo daquela maneira por muitos anos não era uma benção mas uma maldição de um sofrimento indizível. Seu humor era terrível muitas vezes, vindo de alguém que mal conseguia virar-se sozinha em sua cama e não conseguia sentar-se sozinha para levantar-se de sua cama, tendo respiração muito complicada a ponto de ficar exausta e ofegante como se houvesse construído uma pirâmide naquele instante. Eu havia dito para minha mãe e para minha tia preferida, mais de uma vez, que minha avó, sua mãe, estava morrendo, mas elas pareceram não querer aceitar por não esperar esse final tão cedo, ficando caladas, sem contestar e sem responder, talvez pensando a respeito à sós silenciosamente.


Minha avó faleceu de forma que pareceu-me ser dolorosa e violenta, embora ela estivesse com rosto calmo, mesmo cinzento, parecendo dormir, tal qual eu vira tantas e tantas vezes, com sua cabeça sobre seu travesseiro. Então sua morte não fôra dolorosa e violenta: seu embate por sua vida fôra doloroso e violento, perdido por ela, mas não sem muita briga, como era natural de seu temperamento italiano. Eu espero que ela esteja bem, ao lado de meu avô, seu esposo, pelos céus, recebendo sua recompensa e seu repouso conforme seu merecimento, embora eu saiba que ela terá de responder por muitos de seus falares mais que por seus fazeres. Eu não chorei tanto por minha avó quanto chorei por meu avô, talvez por eu estar vendo-a morrer aos pouquinhos desde muito tempo atrás, em um processo complicado, irrefreável, irreversível de envelhecimento pelo qual ela foi obrigada a passar, dificultado pelas conseqüências que minha avó foi obrigada a pagar devido a muitas atitudes teimosas que ela não deveria ter tomado e não tinha necessidade de tomar. Afinal, o que uma pessoa tiver de receber pelo feito e pelo não feito trazido pela natureza será entregue com ou sem seu consentimento e sem piedade alguma, mesmo para uma velhinha, que jamais deixou de ter uma língua muito afiada. Então isto não foi diferente para minha avó. Mas eu preferiria que ela houvesse falecido em sua cama, em seu quarto, em sua residência, adormecida tranqüilamente, sendo arrebatada de nós durante seu sono, para não ter de falecer em uma maca de socorro de saleta de emergência de hospital, enfrentando quatro cargas elétricas contra parada cardíaca à toa. Entretanto continuarei feliz por não ter sido como eu preferiria, pois isto livrou-a de ser periciada em uma mesa de autópsia, que não é boa de ser vista, sequer em seu processo, sequer em seu resultado. Entretanto eu continuo sentindo alguma raiva contra deus e alguma raiva contra minha avó pelo ocorrido. Mas que seja !


Minha avó não era uma mulher com quem fosse fácil lidar. Eu ouvi muitas pragas rogadas contra mim durante meus momentos de auxílio a ela e eu sei que ela rogou muitas pragas contra minha mãe também durante seu auxílio a ela também e tudo porque nós exortávamos para que ela fizesse sua parte para ficar em pé e firmar-se para poder andar quando ela tinha forças em suas pernas ainda para ajudar-nos a cuidar de si mesma. Mas minha avó sentia-se ofendida por ser exortada a tanto provavelmente então não ajudava-nos a ajudá-la e rogava pragas contra nós com toda força e com todo gosto, com raiva em seu olhar sem qualquer disfarce. Eu não sei até que ponto sua cabecinha não permitia que ela compreendesse o que queríamos e até que ponto sua dificuldade em coordenar-se para mover-se como era necessário não permitia que ela ouvisse direito o que pedíamos a ela. O que sei foi ter sido muito praguejada à toa e ter visto minha mãe ser muito praguejada à toa, o que fez com que eu fosse muito áspera em minhas palavras para com minha avó muitas vezes, que respondia-me em moeda igual, mas não sinto arrependimento pelos acontecimentos entre ela e eu sequer por um momento pois eu estava falando e fazendo tudo o que estava ao meu alcance e em meu poder para cuidar de minha avó, mesmo que ela não cooperasse comigo por conta de si mesma, muitas vezes por não querer muito mais que por não poder. Foram cinco anos e meio em que ouvi muito mais reclamações e recriminações, além de pragas, que palavras calmas para conversar. Isto é uma razão entre minhas muitas razões para não querer ver minhas duas tias egoístas à minha frente, a não ser que eu seja obrigada pelas circunstâncias familiares inevitáveis, pois ambas trouxeram muito mais dificuldades em toda aquela situação de que deveria ter ocorrido por seu egoísmo ! Oh, existe muito a exorcizar devido aos falares de minha avó como minha obrigação pessoal ainda ...


Uma mistura fervente e poderosa de raiva e sentimento tem fervilhado em meu íntimo há muito tempo. Minha avó soube atormentar meu espírito de tal maneira que muito de que eu fiz por ela foi feito por obrigação e não por sentimento, o que foi dito a ela por mim, mas ela não prestava atenção a muito de que eu dizia, de qualquer maneira, daí seus últimos anos de vida terem sido tão complicados e dolorosos quando poderiam ter sido mais amenos e saborosos - pois ela não sentia dor embora tivesse tanta dificuldade física - se ela tivesse feito por ela mesma muito de tanto que eu lembrara e sugerira, respaldada pelas ordens médicas. Ela sentia falta de receber telefonemas de meu pai para ouvir seus cumprimentos pelo dia dedicado às avós, então eu telefonei para meu pai nesse dia em julho passado sem que ela percebesse para que ele falasse com ela a respeito. Ela mal ouviu mas meu pai cumprimentou-a como fazia antes, dois dias antes de minha avó falecer. Eu lembrei-a de que sua filha preferida estava para completar mais um ano de vida em breve, dizendo para minha avó que ela deveria estar bem para poder entregar seu parabéns e seu presente para ela. Um presente que ela costumava pedir para que eu comprasse, pedindo que eu fosse dar uma olhadinha pelo quarto de minha tia quando ela não estivesse olhando para eu verificar se havia seu perfume azul ainda. Mas minha avó não deu-me ouvidos dessa vez novamente também, vindo a falecer antes desse aniversário dessa filha. Não há como recriminar minha avó por essa "teimosia", pois suas forças terminaram em sua batalha contra seu fim, além de que eu imagino que ela foi muito forte em ter como vencer três paradas cardíacas, sem ter como retornar de seu quarto embate, o que não foi pouco. Então exasperação e orgulho misturam-se em meu íntimo sem que eu tenha encontrado consolo. Seu presente de aniversário para sua filha preferida foi entregue com carinho em seu nome por mim.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Uma esperançazinha, de tamanho de meia cabeça de alfinete de cabeça mínima, continua persistindo e persistindo e persistindo em meu íntimo. Um exemplo fatal de esperança sendo última a morrer, corroendo você enquanto ela não morrer. Uma esperançazinha a odiar mesmo.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Meus animaizinhos de pelúcia pela minha vida afora não foram muito numerosos pois não passaram de onze bichinhos peludinhos que eu abraçava, beijava, cheirava, domava, estreitava ... Sua posse continua sob minha propriedade raramente, com exceções mínimas. ^^


01. Uma cachorrinha lhasa de pêlos brancos, com fitinha vermelha em sua cabeça, que andava atrás de uma boneca que andava, levando-a para passear pela coleira, que era um fiozinho azul atado entre uma daquelas mãos daquela boneca e um ponto central pelo pescoço daquela cachorrinha. Eu pensava que aquela cachorrinha era engraçadinha, andando tão delicadamente com seus pezinhos pretinhos muito miudinhos atrás de sua dona - tuc, tuc, tuc, tuc, tuc (eu ainda não tinha sido atingida pelo hormônio feminino que faz toda mulher achar tudo fofinho se for peludinho e pequenininho !). Eu acariciava aquela fitinha vermelha muitas vezes, pensando se deveria ou não deveria retirá-la, receosa de não saber recolocá-la se ela fosse removida. Eu acariciava aqueles pêlos compridos, muito brancos e muito macios também. Aquela cachorrinha era um xodó. Foi sobrevivente única de meu massacre de brinquedos.


02. Um cachorrinho pequinês vermelho com uma carinha sapeca com ponta de língua para fora, que foi presente de minha avó paterna. Eu gostava de dormir abraçada a ele porque ele encaixava-se anatomicamente entre meu peito e meu pulso. Eu brincava de mover sua lingüinha diminuta para cá e para lá, fingindo que estava fazendo carinho em sua boca, enquanto eu olhava profundamente para seus olhinhos pretinhos como pontinhos de jabuticaba. Pentear seus pêlos longos ultra-embaraçantes era um problema, deixando muitos fios esfiapados vermelhos de pêlo enrodilhado pela escova e pelo pente de minha mãe. Ele empoeirava com uma facilidade de fazer inveja por qualquer razão também, mas era quentinho a todo momento. Eu costumava deixá-lo sobre uma penteadeira de minha mãe, ao centro de sua superfície, de costas para seu espelho, vigiando nosso quarto. Ele sabia voar (hihihi ... !).


03. Um ursinho cor de caramelo com orelhinhas azuis e verdes, ultra-flexível e ultra-macio. Ele era muito cobiçado por meu irmãozinho e muito disputado por nós dois. Eu queria acarinhar meu ursinho enquanto meu irmão nunca tomava cuidado com onde abandonava-o: atrás de nossa penteadeira, embaixo de uma de nossas camas, pelo canteiro de terra, pelo gramado cheio de formiga, solto pelo quintal ... Eu conseguia encontrá-lo em todas essas vezes, por acaso e sem querer, em meus folguedos. Mas foi meu avô quem encontrou-o em uma dessas vezes, encharcado de chuva, pondo-o em um gancho muito alto pelo muro de seu quintal para secar ao sol. Ele ficou fora de minha vista, a menos que eu quisesse observar pássaros, longe de alcance de minhas mãozinhas porque eu não podia mover escadas e não tinha três metros de altura. Ele tomou muita chuva e muito sol, esquecido por mim, até esfacelar silenciosamente.


04. Um cachorro collie ganho de uma amiga de colegial, a quem mal e mal vejo atualmente, que presenteou-me em meu aniversário. Ele foi considerado fêmea, sendo chamado de Lassie muito logicamente. Ela tem uma carinha simpática e sorridente. Foi posta sobre minha cama durante muito tempo, servindo-me de travesseiro muitas e muitas vezes quando eu fazia minha toca em meu quarto para estudar meus textos e ler meus livros (o que era mais interessante para cá ou para lá dependendo de que assunto eu tinha para estudar ou para ler), sentindo seus pelinhos macios e quentes acariciando meu pescoço. Suas patinhas dianteiras eram ótimas para massagear minha nuca, não permitindo que eu sentisse dores e torcicolos. Eu fui forçada a desfazer-me de meu travesseiro canino quando minha cunhada declarou que meu sobrinho tinha rinite (coisa alguma !), enjaulando minha collie em meu armário, quase em seu topo.


05. Um coelhinho lilás ganho de uma amiga de evento, a quem chamo de irmãzinha carinhosamente. Ele foi considerado fêmea, sendo chamado de Lilac, vivendo muito feliz dentro de seu cestinho miniatura de vime, posto a salvo pelo topo de meu gaveteiro de sete gavetas para que estivesse longe de qualquer alcance daquelas mãozinhas cobiçosas de minha sobrinha, que tinha rinite segundo minha cunhada também (coisa alguma !), que tinha um fraco muito sério pela minha coelhinha. Ela está ali, orgulhosa e tranqüila, nesse momento, com sua fitinha colorida ao pescoço, olhando em torno e tomando sol, sendo uma fofura lilás a quem muito protejo, pois animaizinhos de pelúcia são senhores de uma fofura perigosa que atrai crianças travessas que ainda não têm um pingo sequer de instinto maternal para não judiar de peludinhos inocentes (eu sei isto por ter sido uma dessas crianças, fazendo-os voar).


06. Um pompom-pingo vermelho-vinho, que é e não é um bichinho. Ele é macio, palmar, peludinho, uma fofura, uma gracinha. Lembra-me muito daquele episódio sobre pingos, amorosos e fofíssimos, mas perigosos e terríveis, que reproduziam-se a uma exponencial absurda ao nível geométrico-catastrófico, que fizeram-me rir a valer ao ver James Tiberius Kirk cortar um dobrado miserável pela Enterprise mergulhada em suas viagens espaciais onde homem algum esteve ("Jornada Nas Estrelas" - Série Clássica). Ele continua solitário e não tem nome. Um exemplar castrado provavelmente, que jamais ultra-hiper-populacionou meu quarto em tempo algum. Aliás, eu afirmo que foi uma judiação e uma malvadeza o que fizeram com aqueles pingos para salvar aquela espaçonave intrometida que ia para todo lugar sem convite ! Meu pompom-pingo está a salvo comigo, podendo esconder-se pelos lugares quentinhos todos.


07. Um gato golfista que tornou-se escocês, que ganhei de um ex-namorado de quem vim a ser amante mais tarde. Ele deu-me esse bichinho de pelúcia com gosto, mas não soube reagir muito bem quando pensei ser um gato escocês e não um gato golfista, pois vi um gorro e um kilt xadrez, sem ter percebido um emblema de golfe em sua camisa e sem ter visto sua sacola de tacos às costas (eu tinha acabado de mal e mal abrir sua embalagem). Mas não errei muito pois escoceses gostam de golfe, que vejo como um jogo paspalho. Uma infiltração de umidade de chuva em meu armário corroeu aquela sacola de tacos completamente, transformando meu gato golfista em um gato escocês (o que foi muito melhor). Mas adquiri tal aversão contra esse ex-namorado que doei esse bichinho de pelúcia depois de muito penar em cinco tentativas para que ele fosse entregue para uma barraquinha de pescaria de quermesse de igreja católica.


08. Um ursinho branco, talvez um ursinho polar, dado de vontade péssima e sem graça alguma pelo Dia de Namorados por um de meus cinco namorados anteriores, a quem mais amei em minha vida, dentre eles. Ele enrolou e enrolou e enrolou para aceitar meu pedido, em um de meus pouquíssimos acessos de namorada encantada fazendo charminho para ganhar o que queria. Ele socou aquele ursinho em meus seios literalmente, dizendo "Toma !", mostrando seu ultra-arrependimento por gastar sua fortuna imensurável de R$30,00 para fazer-me um agrado (foi meu primeiro e único presente de Namorados vindo dele, que nunca lembrava de meu aniversário). Eu senti um bolo terrível em meu estômago ao ganhá-lo, sensação que repetia-se toda vez que olhava para ele. Então doei-o ano passado para uma campanha de brinquedos feita por um evento cuja sociedade ele perdeu, sorrindo para aquele ursinho pela primeira vez. ^^


09. Um ursinho panda de pelúcia com gravata de fitinha vermelha com pintinhas brancas, que ganhei de um de meus namorados antigos. Ele foi meu primeiro bichinho de pelúcia dado por um namorado, que soube entregá-lo como uma surpresa pelo correio de uma forma muito doce. Esse namorado era um de meus parceiros de RPG virtual, sendo meu namorado pelo enredo de nossa aventura igualmente, que prestara atenção ao meu gosto por bichinhos de pelúcia: nada muito grande, nada muito pequeno, com olhos brilhantes e sem cara de tonto. Eu adoro esse ursinho panda, mantendo-o comigo pelos anos a fio. Meu sobrinho gostava de ficar com ele às escondidas de mim ou com minha permissão (de onde sei que ele não tem rinite coisa alguma !). Batizei-o sem hesitar, dando-lhe nome virtual (nick de fórum) de meu namorado mulato-bombom: Kyoshi, que tornou-se muito amigo de minha collie pelos anos.


10. Um porin vermelho-sangue, ganho de uma colega de setor em um evento de anime e mangá em que trabalhei por dez anos. Ele é fofinho, gracinha, meiguinho, peludinho, quietinho demais para um porin. Ganhei-o de surpresa, em um momento de vontade de dar-me um presente ao seu talante completamente de minha colega de setor, que surgiu correndo e saltitando pelo corredor afora, vindo direto para nosso setor, apresentando aquele porin em suas mãos, em um salto final e impactante. Ele está espreitando silenciosamente pela saleta, a salvo de meus animaizinhos peludinhos de verdade que adoram atacar animaizinhos de pelúcia até sua destruição total (aqueles dentinhos afiadinhos de meus dois lhasas são temíveis !). Seu nome é Porin, o que não é muito criativo mas é muito próprio e poderoso. O que mais destaca-se em Porin para mim, além de sua cor, é seu formato de figo, pois eu não gosto de figo. ^^


11. Um tigre branco, presente de meu namorado mais carinhoso, oferecido com toda doçura quando nós estávamos terminando um passeio ao jardim zoológico. Óbvio que eu não iria recusar aquela fofura miúda de olhos azuis e pêlos brancos, muito felino (espécie pela qual eu tenho um fraco muito especial e muito poderoso) em seu charme irresistível. Ele é muito lindo ! Eu não tinha idéia de que nome dar a ele até lembrar-me de um nome muito próprio para um tigre: Khan. Ok, ele não é um tigre siberiano, mas Khan é um nome que cai como uma luva para qualquer tigre (além de que eu nunca fui muito talentosa para dar nomes para bichinhos de estimação, o que fez muitos de meus gatos terem nomes parecidos). Nininha, por exemplo, uma persa cinza, que está atrás de meu lap-top, em um cio selvagem, nesse momento. Khan não foi meu primeiro felino de pelúcia mas ele é muito mais lindo infinitamente !!! ^^


Seis desses meus bichinhos de pelúcia ainda estão sob meu poder. Ou eu deveria dizer sob minha guarda ? De qualquer forma: pertencem-me ! Talvez venham a ter um outro destino mais tarde, mas eu não tenho porque fazer meu testamento ainda. Eles são meus fofinhos !

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Meu trabalho particular de reorganizar minhas sacolinhas de papel e roupa intermitentemente não foi terminado. Eu estive examinando uma sacolinha repleta de textos variados de seminários de faculdade. Talvez todos sejam transferidos para minha gaveta em minha saleta.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Preparar algumas de minhas blusas de meu carregamento imposto de roupas, vindas de meu armário em casa de minha mãe para um canto de saleta de meu avô em casa de minha avó, para mandar para conserto, rasgadas consideravelmente, foi feito. Todas têm destino certo: doação ou reutilização. Minha vida não tem tido lugar para nada extravagante ou grandioso, sequer uma caminhada de ida e volta pela avenida principal de meu bairro em toda sua extensão.

Um fato: minhas postagens têm sido muito domésticas ultimamente, ponto a estranhar vindo de quem não tem queda para prendas domésticas desde que soube que elas existiam, mas eu estou em um momento doméstico, imposto que seja, com meus pertences de que tenho que cuidar em algum momento, ainda que seja para resolver fazer uma tocha para tacar fogo em tudo ! Presentear meu primo com dez revistas (com que eu fui presenteada) foi um ponto.


Pauta: cuidar de meu consultório e trabalhar pelo instituto, com competência e responsabilidade mas sem aquele prazer imaculado que eu sentia antigamente porque meu espírito está enfermo. Eu estive pensando seriamente em fazer um ritual tessaliano para rogar praga, visando auto-defesa de minha alma por mais que isto seja errado pela visão católica e pela visão tessaliana. Resultado desta sensação de impotência em realidade e em sentimento.

Uma situação detestável sentir-se em impotência completa em que tudo o que eu poderia fazer seria rezar misericórdia ou rogar praga. Nada aceitável para quem nunca ficou passiva ou submissa pela vida inteira. Aceitar tudo o que eu não tenho como saber quanto ao que foi feito com meus pertences, principalmente com meus chaveiros, meus documentos, meus endereços, rezando para mal algum a mais nascer desse mal inicial, tem sido uma chaga para todo dia.

Ah, ver meus pertences espalhados pelo mundo ou postos em lugares impróprios por uma série de razões inadmissíveis para todo lugar para onde olho, seja em meu quarto compartilhado, seja em minha saleta de estar, seja em minha saleta de trabalho, tem sido revoltante. Eu estou em um ponto onde meu nível de privacidade é mínimo e todos têm pretensão de resolver o que farão ou não farão com minha propriedade, comigo quase de mãos atadas, mesmo lutando.

Chorar não irá adiantar-me de nada. Tenho sido espartana demais para aceitar baixar minha cabeça e chorar compulsivamente como um bebê recém-nascido pois sinto-me tão impotente quanto um deles. Mas não terei como ceder a esse impulso enquanto minha raiva dentro de meu desejo de vingança tiver força maior nesse picadeiro. Eu não tenho paciência para nada e para ninguém e tudo o que tenho feito e ouvido tem sido mais um paliativo que uma solução.

Eu era muito diferente alguns anos atrás. Tinha uma doçura maior e um encanto maior, mas tomar atitudes específicas para com pessoas específicas esteve minando essa doçura e esse encanto mais e mais enquanto eu estive jogando minhas pérolas aos porcos sem perceber. Sinto falta dessa parte de mim nesse momento, imprescindível para resolver esse conflito detestável que estive alimentando há tempos, insegura quanto à força que eu tenho realmente.

Tudo o que eu tenho esperado que não aconteça, porque não tenho podido fazer outra coisa a não ser esperar, em uma passividade com que não tenho conformação, é ser co-responsável contra minha vontade por males causados a terceiros através de meus pertences assaltados. Eu quero todo mal afastado para sempre de minha sobrinha e de meu sobrinho nesse sentido, mas não tenho qualquer poder para protegê-los. Isto é ultra-aflitivo intensamente. Oh, praga !!!

Ficar de mãos atadas é insultuoso e insuportável por ser obrigada a aceitar que tudo o que eu poderia tomar como atitude seria aceitar que eu terei que tomar uma atitude passiva por não ter o que fazer. Toda atitude que eu poderia tomar seria uma atitude de não fazer algo porque não tenho o que fazer. Terei de ser passiva. Terei de ser submissa. Meu coração não aceita essa imposição embora minha mente tenha compreensão completa sobre esse assunto, cáspita !!!

Ser cordata em aceitar que fui transformada em uma nulidade completa quanto a fazer qualquer coisa a esse respeito que resolvesse ou revertesse todo esse prejuízo emocional, financeiro, sentimental de que fui vítima ? Ter de baixar minha cabeça para uma quadrilha de cinco vagabundos que não têm valor sequer para respirar todo oxigênio que têm respirado pela covardia mesquinha de caçar uma pessoa premeditadamente ? Jamais eu aceitaria tal idéia !

Muita correria temperada com tristeza tem sido meu dia a dia desde aquele assalto e tudo trouxe-me muito mal até esse momento, com meu braço direito lesionado para sempre pelos golpes violentos que aqueles sujeitos aplicaram sobre ele sem parar. Sentir vontade de chorar sem fazê-lo por conta desse sentimento persistente de impotência tem sido minha vergonha dia a dia. Eu não sei ser vencida de forma violenta e tudo tem sido inaceitável !!! (...)

Sinto tanta raiva quando vêm dizer-me que eu não deveria lamentar-me, sendo grata por não ter passado por coisa pior. Ok. Serei grata ! Mas e quanto ao mal que sofri de verdade: faço o que com ele ? Ponho anúncio em um site de males para vender ? Seja assaltada violentamente, sendo agredida sem qualquer gesto de esquiva ou palavra de ofensa, sendo mulher e tendo suas roupas rasgadas antes de ser pisoteada pela calçada. Então venha recriminar minha amargura !

Talvez minha escolha mais acertada seja mesmo rezar misericórdia e rogar praga, ao menos para não ser passiva ou submissa e ter um pouco de paz de espírito para começar a ficar bem comigo mesma realmente. Principalmente porque eu não merecia tal mal e não precisava de tal mal. Tomarei minhas providências para minhas bruxarias nesse sentido até sentir-me satisfeita, mesmo que eu tenha que conjurar um demônio em nome de justiça ou vingança !

Uma lamentação sincera e única que eu tenho realmente: saber que aqueles criminosos têm toda possibilidade de ter um final sangrento e terrível pela forma como escolheram utilizar suas vidas mas não poder ter certeza de quando esse desfecho funesto aconteceria, portanto não poder estar presente para assistir em primeira mão ! Meu escorpião interno adoraria poder saborear esse momento porque um criminoso não merece nada além de punição à altura !