Meus animaizinhos de pelúcia pela minha vida afora não foram muito numerosos pois não passaram de onze bichinhos peludinhos que eu abraçava, beijava, cheirava, domava, estreitava ... Sua posse continua sob minha propriedade raramente, com exceções mínimas. ^^
01. Uma cachorrinha lhasa de pêlos brancos, com fitinha vermelha em sua cabeça, que andava atrás de uma boneca que andava, levando-a para passear pela coleira, que era um fiozinho azul atado entre uma daquelas mãos daquela boneca e um ponto central pelo pescoço daquela cachorrinha. Eu pensava que aquela cachorrinha era engraçadinha, andando tão delicadamente com seus pezinhos pretinhos muito miudinhos atrás de sua dona - tuc, tuc, tuc, tuc, tuc (eu ainda não tinha sido atingida pelo hormônio feminino que faz toda mulher achar tudo fofinho se for peludinho e pequenininho !). Eu acariciava aquela fitinha vermelha muitas vezes, pensando se deveria ou não deveria retirá-la, receosa de não saber recolocá-la se ela fosse removida. Eu acariciava aqueles pêlos compridos, muito brancos e muito macios também. Aquela cachorrinha era um xodó. Foi sobrevivente única de meu massacre de brinquedos.
02. Um cachorrinho pequinês vermelho com uma carinha sapeca com ponta de língua para fora, que foi presente de minha avó paterna. Eu gostava de dormir abraçada a ele porque ele encaixava-se anatomicamente entre meu peito e meu pulso. Eu brincava de mover sua lingüinha diminuta para cá e para lá, fingindo que estava fazendo carinho em sua boca, enquanto eu olhava profundamente para seus olhinhos pretinhos como pontinhos de jabuticaba. Pentear seus pêlos longos ultra-embaraçantes era um problema, deixando muitos fios esfiapados vermelhos de pêlo enrodilhado pela escova e pelo pente de minha mãe. Ele empoeirava com uma facilidade de fazer inveja por qualquer razão também, mas era quentinho a todo momento. Eu costumava deixá-lo sobre uma penteadeira de minha mãe, ao centro de sua superfície, de costas para seu espelho, vigiando nosso quarto. Ele sabia voar (hihihi ... !).
03. Um ursinho cor de caramelo com orelhinhas azuis e verdes, ultra-flexível e ultra-macio. Ele era muito cobiçado por meu irmãozinho e muito disputado por nós dois. Eu queria acarinhar meu ursinho enquanto meu irmão nunca tomava cuidado com onde abandonava-o: atrás de nossa penteadeira, embaixo de uma de nossas camas, pelo canteiro de terra, pelo gramado cheio de formiga, solto pelo quintal ... Eu conseguia encontrá-lo em todas essas vezes, por acaso e sem querer, em meus folguedos. Mas foi meu avô quem encontrou-o em uma dessas vezes, encharcado de chuva, pondo-o em um gancho muito alto pelo muro de seu quintal para secar ao sol. Ele ficou fora de minha vista, a menos que eu quisesse observar pássaros, longe de alcance de minhas mãozinhas porque eu não podia mover escadas e não tinha três metros de altura. Ele tomou muita chuva e muito sol, esquecido por mim, até esfacelar silenciosamente.
04. Um cachorro collie ganho de uma amiga de colegial, a quem mal e mal vejo atualmente, que presenteou-me em meu aniversário. Ele foi considerado fêmea, sendo chamado de Lassie muito logicamente. Ela tem uma carinha simpática e sorridente. Foi posta sobre minha cama durante muito tempo, servindo-me de travesseiro muitas e muitas vezes quando eu fazia minha toca em meu quarto para estudar meus textos e ler meus livros (o que era mais interessante para cá ou para lá dependendo de que assunto eu tinha para estudar ou para ler), sentindo seus pelinhos macios e quentes acariciando meu pescoço. Suas patinhas dianteiras eram ótimas para massagear minha nuca, não permitindo que eu sentisse dores e torcicolos. Eu fui forçada a desfazer-me de meu travesseiro canino quando minha cunhada declarou que meu sobrinho tinha rinite (coisa alguma !), enjaulando minha collie em meu armário, quase em seu topo.
05. Um coelhinho lilás ganho de uma amiga de evento, a quem chamo de irmãzinha carinhosamente. Ele foi considerado fêmea, sendo chamado de Lilac, vivendo muito feliz dentro de seu cestinho miniatura de vime, posto a salvo pelo topo de meu gaveteiro de sete gavetas para que estivesse longe de qualquer alcance daquelas mãozinhas cobiçosas de minha sobrinha, que tinha rinite segundo minha cunhada também (coisa alguma !), que tinha um fraco muito sério pela minha coelhinha. Ela está ali, orgulhosa e tranqüila, nesse momento, com sua fitinha colorida ao pescoço, olhando em torno e tomando sol, sendo uma fofura lilás a quem muito protejo, pois animaizinhos de pelúcia são senhores de uma fofura perigosa que atrai crianças travessas que ainda não têm um pingo sequer de instinto maternal para não judiar de peludinhos inocentes (eu sei isto por ter sido uma dessas crianças, fazendo-os voar).
06. Um pompom-pingo vermelho-vinho, que é e não é um bichinho. Ele é macio, palmar, peludinho, uma fofura, uma gracinha. Lembra-me muito daquele episódio sobre pingos, amorosos e fofíssimos, mas perigosos e terríveis, que reproduziam-se a uma exponencial absurda ao nível geométrico-catastrófico, que fizeram-me rir a valer ao ver James Tiberius Kirk cortar um dobrado miserável pela Enterprise mergulhada em suas viagens espaciais onde homem algum esteve ("Jornada Nas Estrelas" - Série Clássica). Ele continua solitário e não tem nome. Um exemplar castrado provavelmente, que jamais ultra-hiper-populacionou meu quarto em tempo algum. Aliás, eu afirmo que foi uma judiação e uma malvadeza o que fizeram com aqueles pingos para salvar aquela espaçonave intrometida que ia para todo lugar sem convite ! Meu pompom-pingo está a salvo comigo, podendo esconder-se pelos lugares quentinhos todos.
07. Um gato golfista que tornou-se escocês, que ganhei de um ex-namorado de quem vim a ser amante mais tarde. Ele deu-me esse bichinho de pelúcia com gosto, mas não soube reagir muito bem quando pensei ser um gato escocês e não um gato golfista, pois vi um gorro e um kilt xadrez, sem ter percebido um emblema de golfe em sua camisa e sem ter visto sua sacola de tacos às costas (eu tinha acabado de mal e mal abrir sua embalagem). Mas não errei muito pois escoceses gostam de golfe, que vejo como um jogo paspalho. Uma infiltração de umidade de chuva em meu armário corroeu aquela sacola de tacos completamente, transformando meu gato golfista em um gato escocês (o que foi muito melhor). Mas adquiri tal aversão contra esse ex-namorado que doei esse bichinho de pelúcia depois de muito penar em cinco tentativas para que ele fosse entregue para uma barraquinha de pescaria de quermesse de igreja católica.
08. Um ursinho branco, talvez um ursinho polar, dado de vontade péssima e sem graça alguma pelo Dia de Namorados por um de meus cinco namorados anteriores, a quem mais amei em minha vida, dentre eles. Ele enrolou e enrolou e enrolou para aceitar meu pedido, em um de meus pouquíssimos acessos de namorada encantada fazendo charminho para ganhar o que queria. Ele socou aquele ursinho em meus seios literalmente, dizendo "Toma !", mostrando seu ultra-arrependimento por gastar sua fortuna imensurável de R$30,00 para fazer-me um agrado (foi meu primeiro e único presente de Namorados vindo dele, que nunca lembrava de meu aniversário). Eu senti um bolo terrível em meu estômago ao ganhá-lo, sensação que repetia-se toda vez que olhava para ele. Então doei-o ano passado para uma campanha de brinquedos feita por um evento cuja sociedade ele perdeu, sorrindo para aquele ursinho pela primeira vez. ^^
09. Um ursinho panda de pelúcia com gravata de fitinha vermelha com pintinhas brancas, que ganhei de um de meus namorados antigos. Ele foi meu primeiro bichinho de pelúcia dado por um namorado, que soube entregá-lo como uma surpresa pelo correio de uma forma muito doce. Esse namorado era um de meus parceiros de RPG virtual, sendo meu namorado pelo enredo de nossa aventura igualmente, que prestara atenção ao meu gosto por bichinhos de pelúcia: nada muito grande, nada muito pequeno, com olhos brilhantes e sem cara de tonto. Eu adoro esse ursinho panda, mantendo-o comigo pelos anos a fio. Meu sobrinho gostava de ficar com ele às escondidas de mim ou com minha permissão (de onde sei que ele não tem rinite coisa alguma !). Batizei-o sem hesitar, dando-lhe nome virtual (nick de fórum) de meu namorado mulato-bombom: Kyoshi, que tornou-se muito amigo de minha collie pelos anos.
10. Um porin vermelho-sangue, ganho de uma colega de setor em um evento de anime e mangá em que trabalhei por dez anos. Ele é fofinho, gracinha, meiguinho, peludinho, quietinho demais para um porin. Ganhei-o de surpresa, em um momento de vontade de dar-me um presente ao seu talante completamente de minha colega de setor, que surgiu correndo e saltitando pelo corredor afora, vindo direto para nosso setor, apresentando aquele porin em suas mãos, em um salto final e impactante. Ele está espreitando silenciosamente pela saleta, a salvo de meus animaizinhos peludinhos de verdade que adoram atacar animaizinhos de pelúcia até sua destruição total (aqueles dentinhos afiadinhos de meus dois lhasas são temíveis !). Seu nome é Porin, o que não é muito criativo mas é muito próprio e poderoso. O que mais destaca-se em Porin para mim, além de sua cor, é seu formato de figo, pois eu não gosto de figo. ^^
11. Um tigre branco, presente de meu namorado mais carinhoso, oferecido com toda doçura quando nós estávamos terminando um passeio ao jardim zoológico. Óbvio que eu não iria recusar aquela fofura miúda de olhos azuis e pêlos brancos, muito felino (espécie pela qual eu tenho um fraco muito especial e muito poderoso) em seu charme irresistível. Ele é muito lindo ! Eu não tinha idéia de que nome dar a ele até lembrar-me de um nome muito próprio para um tigre: Khan. Ok, ele não é um tigre siberiano, mas Khan é um nome que cai como uma luva para qualquer tigre (além de que eu nunca fui muito talentosa para dar nomes para bichinhos de estimação, o que fez muitos de meus gatos terem nomes parecidos). Nininha, por exemplo, uma persa cinza, que está atrás de meu lap-top, em um cio selvagem, nesse momento. Khan não foi meu primeiro felino de pelúcia mas ele é muito mais lindo infinitamente !!! ^^
Seis desses meus bichinhos de pelúcia ainda estão sob meu poder. Ou eu deveria dizer sob minha guarda ? De qualquer forma: pertencem-me ! Talvez venham a ter um outro destino mais tarde, mas eu não tenho porque fazer meu testamento ainda. Eles são meus fofinhos !
Casa de Sil de Polaris
Porque não se fica velho duas vezes !!!
Quem sou eu
- Nome: Sil de Polaris
- Local: Brazil
Eu sou proprietária dessa casinha magnífica que tem sofrido reformas ... ^^
