Um ano a mais em meu ciclo de vida. Eu vi como muito interessante sempre aquele pensamento errôneo, comum a muitas pessoas, sobre ganhar um ano de idade a mais repentinamente a cada aniversário quando isso não ocorre repentinamente mas em um ciclo paciente de trezentos e sessenta e cinco dias de vinte e quatro horas cada um. Nós não ganhamos um ano de vida a mais instantaneamente quando soa nossa hora de nascimento em nosso dia de nascimento porque nós construímos e vivemos esse ano instante por instante tão logo acabamos de completar nosso aniversário anterior. Eu não sei se evolui como pessoa neste meu último ano de vida. Fiz algumas descobertas. Algumas foram boas. Algumas foram más. Descobri que não sou tão corajosa quanto pensava, que não sou tão generosa quanto pensava, que não sou tão vencedora quanto pensava, tal qual descobri que não sou tão frágil quanto pensava, que não sou tão inocente quanto pensava, que não sou tão prisioneira quanto pensava.

Uma certeza é irreversível: não tenho em que sentir arrependimento quanto à atitudes tomadas. Tenho arrependimento quanto à algumas atitudes não tomadas, sendo que não tenho como sanar isto porque não tenho como opor resistência a um poder muito maior que eu, mas espero encontrar reparação algum dia. Estive exercitando muito minha paciência e minha persistência, embora não tenha atingido sucesso absoluto quanto a ter controle total sobre nenhuma dessas minhas duas qualidades. Meus pecados piores têm sido gula, ira, preguiça. Bastante de gula. Bastante de ira. Pouco de preguiça, mas o suficiente para tolher meus passos. Mas ira continua sendo meu pecado capital primeiríssimo. Talvez aquela tal crise de trinta anos tenha vindo para mim em forma de ira com cinco anos de atraso. ^^ Mas minha idéia a respeito é ser búdica o mais que eu puder quanto aos meus defeitos todos para convertê-los em algo positivo e produtivo mais cedo ou mais tarde. Isso vai ser um toco de sequóia pra arrancar ! ...

Uma idéia em minha cabecinha criativa melancólica que tem persistido pelo dia a dia é repensar minha pessoa para reconstruir a mim mesma de uma outra maneira, com mais alegria e menos encrenca. Começando por um corte de cabelo diferente e passando pela reorganização de minha bolsa, de meu quarto, de minha saleta, mas aos pouquinhos porque não sou fã de pressa e tenho hábito de apreciar o que estou fazendo (o que não costuma funcionar quando estou comendo -_- mas talvez fosse bom eu olhar para minha gula de um jeito bom para encontrar seu lado bom porque tudo tem lado bom, até minha gula). Estou pensando em repaginar esta casinha bonitinha também mas não sei como fazer porque sei escrever e sei publicar mas não sei ornamentar esse cantinho, imutável há muito tempo (constância é bom mas sem exagerar, cáspita !). Então Douglas, Erick, Fernando, Guardian, Henrique, meus meninos blogueiros hiper conhecedores de informática muito queridos, que tal uma ajudazinha ? ^^

Um inferno astral chegando ao fim, sendo que este inferno astral foi estressante particularmente este ano de toda maneira imaginável. Recebi parabéns de onze pessoas queridas, o que é um número razoável, pedindo benção para meu avô em prece logo ao acordar, vendo seu rosto em seu retrato para que seu rosto fosse primeiro rosto que eu visse neste dia. Recebi presentes de manhã e de tarde. Aliás, Guardian, muito obrigada pelos parabéns e pelos presentes. Especialmente pela camiseta preta de "Piratas do Caribe" com caveira pirata de Capitão Jack Sparrow. ^^ Mas não haverá bolo de aniversário: fiquei satisfeita com um almoço familiar de capelletti à papalina em um restaurante esta tarde pois este aniversário está um pouco nebuloso. Estou sentindo como se estivesse faltando alguma coisa ou como se eu estivessse perdendo alguma coisa em relação ao meu âmbito familiar, como se houvesse um assalto de sentimento ou uma invasão de privacidade. Estou pensando em que fazer com este dia restante.

Um ponto inquestionável: tem muito trabalho pela frente. Um banho morno prolongado pra massagear meu corpo surrado seria muito bem-vindo ao fim desta noite. Uma oportunidade milagrosa de conseguir fazer algumas compras seria muito bem-vinda também. Além de conseguir terminar minha leitura de um livro bastante enferrujado. Tem milhares de coisas miúdas que eu adoraria fazer que estão em estase há muito tempo (o que não é bom para fluxo de energia de acordo com muitas pessoas, no que eu concordo como profissional, escudada pelo meu conhecimento parco). Uma viagem para um lugar agradável seria algo que viria a calhar também. Não precisa ser custoso. Não precisa ter companhia. Precisa ser para um lugar que eu goste de explorar, sem pressa para terminar minha excursão. Odeio pressa em qualquer situação pois ela é inimiga de perfeição e uma trava em qualquer cuidado para não errar. Enfim: eu não tenho certeza sobre tudo o que quero, mas sei muito bem tudo o que não quero.