Casa de Sil de Polaris

Porque não se fica velho duas vezes !!!

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Local: Brazil

Eu sou proprietária dessa casinha magnífica que tem sofrido reformas ... ^^

sexta-feira, 27 de agosto de 2004

Um homem resolveu fazer um favor para uma mulher essa semana. Sem que ela pedisse favor algum a ele. Este resolveu simplesmente que ela precisava de um favor dele e seguiu em frente, sem oferecer e sem perguntar. Impôs o que ele chamou de favor. Ela sentiu-se agredida e não-respeitada em sua liberdade como pessoa, recusando aquele favor. Ele sentiu-se ofendido, dizendo para ela que então ela que arcasse com seus problemas. Foi para longe dela mas ficou resmungando sobre estar sendo uma época complicada para ele, em que ele recebia estocada atrás de estocada de quem ele queria ajudar. Fiquei observando em silêncio. Ela não pareceu prejudicada de modo algum pelo favor questionável que ela recusou por não tê-lo pedido. Ele continuou culpando-a por não ter aceito aquele favor dele.

Uma mulher estava conversando em voz muito alta com outra mulher dentro de um supermercado. Falavam aos gritos de gralha incomodando quem estivesse por perto com seus julgamentos nada comedidos sobre outras pessoas, homens e mulheres, conhecidos seus de outros lugares. Falavam sobre hipocrisia cometida por essas pessoas em um linguajar de juiz e júri. Era uma conversa horrível de ser ouvida, causando raiva em seus ouvintes involuntários, com ambas decidindo em segundos quem de muitas pessoas de seu conhecimento não prestava ou prestava. Todas não prestavam em seu diagnóstico. Mas ambas colocavam-se como aquelas que poriam uma a uma em seu lugar, conduzindo todos pelas atitudes certas. Era enojante de ouvir. Seus rostos retorcidos em expressão de esnobismo permanente causavam mal-estar.

Uma mulher estava conversando com outra mulher em um salão de cabeleireiro, em tom baixo, constrangido, preocupado, quase sem emitir palavras audíveis, ambas mortificadas pelas atitudes de uma terceira mulher que não estava presente. Diziam-se que não esperavam aquelas atitudes dela, tão cordata em outras ocasiões, mostrando-se mesquinha quando seus negócios prosperaram e esta precisou mudar de endereço, tratando mal a quem antes tratara bem e de quem recebera auxílio e solidariedade em outras ocasiões. Ambas eram profissionais daquele salão e seu mal-estar era visível em seus gestos, prejudicando seu desempenho profissional de alguma maneira pois sua concentração não era aquela que eu conhecia de horas melhores. Vi seus olhares sem luz, muito pouco à vontade consigo mesmas.

Havia intolerância quanto à vontade alheia por trás de cada um desses comportamentos nessas três situações, interferindo no espaço pessoal alheio de formas diferentes. Intolerância que é mãe de muitos empecilhos ao desenvolvimento espiritual humano, um deles muito conhecido pelo mal que pode causar: inveja, denominada como um pecado capital pelas religiões.

Inveja costuma ser uma justificativa utilizada à exaustão, vindo em primeiro lugar à mente de muitas pessoas quando querem acusar alguém que colocou seus erros, muitas vezes tão óbvios que não precisariam ser apontados, à luz com muita propriedade, através de algumas palavras de acusação ou cobrança de consideração ou satisfação que foram insuportáveis para elas, cada qual à sua maneira.

Inveja tem sido utilizada como desculpa conveniente pelos culpados que não querem aceitar ou olhar suas qualidades péssimas tão cultivadas por eles como pontos que devem corrigir imediatamente para não mais reproduzi-los. Razão: dizer ou responder que tudo não passa de inveja de um acusador transfere culpa ficticiamente ao acusador. Não é toda realidade que invejosos negativos querem enfrentar.