Estive relembrando coisas de infância. Eu não tinha confete lilás naquele pacotinho de pastilhas coloridas confeitadas de chocolate. Eu não tinha gelatina azul como sabor à escolha para sobremesa rápida e simples. Eu não tinha lápis aquarelável para pintar trabalhos escolares ou travessuras caseiras. Estas novidades em mercadoria pertencem à infância de meus sobrinhos, mas eu fico muito feliz por ter tido uma infância com muito menos ofertas de marketing.

Usava bastante faz-de-conta. Lembrei de alguns de meus brinquedos de menina quando estive olhando um canteiro de rua esta manhã de manhãzinha. Um matinho fez-me lembrar de meus fingimentos de ida à horta, onde eu colhia matinhos cujo formato era parecido com almeirão e cenoura. Outros matinhos eram usados como dinheiro para pagar pelas compras, ou de feira ou de horta. Eu passava horas brincando naquele quintalzinho de muro baixo que dava para casa de dois vizinhos.

Vi brinquedos pelas lojas que eu fiquei admirando quando estava próximo a um natal. Eram uma batedeira e um liquidificador, em miniatura, do tamanho de um vidro de xampu. Fiz muito bolo de terra e pudim de capim naquela batedeira e muito suco de terra, temperado ou com folha de roseira ou com minhoca. Suas hélices metálicas eram revestidas de plástico, o que não impedia que fossem um perigo fatal às minhocas. Meus quitutes acabavam de volta à terra do jardim. ^^

Que delícia ! Que saudade ! Uma lembrança ótima !