O que eu mais tenho ouvido minha cunhada e meu irmão dizerem para meus sobrinhos é "não brinque com água e não vá para fora quando estiver frio à noite". Eu estava brincando com meu sobrinho em nossa sala quando ouvi ruído em nossa cozinha, na pia, pouco depois de minha mãe ter avisado que iria sair. Eu não ouvi e não não vi minha mãe sair. Procurei por minha sobrinha ali em torno e não vi sinal. Leo e eu fomos verificar quem estava fazendo ruído de água e muitas outras coisas naquela cozinha. Era Raf, empoleirada em um caixa de ferramenta de meu irmão, arrastada por ela, em frente à pia, mexendo em remexendo com tudo debaixo de água corrente. Molhada pela metade ! Fui falar com ela para convencê-la a voltar a brincar conosco para tirá-la de lá. Ela não quis vir porque adora água e brincar com água, o que compreendo completamente pois tenho gosto igual. Começou a gritar para ficar ali e então minha cunhada, que eu sequer sabia que estava em casa, interviu dizendo que deixou minha sobrinha brincar ali quando viu que ela estava fazendo travessura em nossa cozinha. Eu e minha cunhada fomos personagens de uma altercação de cinco minutos porque ela queria que Raf ficasse ali e eu queria que Raf saísse dali. Era um absurdo completo para mim que minha sobrinha ficasse brincando com água gelada quando ela mal estava deixando de ficar de peitinho chiante e todos gritavam com ela para que ela não mexesse com água há dias. Mas como minha cunhada não considera nada que eu diga porque sou eu quem está dizendo e tem hábito de impor para mim o que ela quer que seja dado ou recusado aos seus filhos não tinha como não acontecer fuzuê: ela queria que Raf ficasse ali porque eu não queria que minha sobrinha ficasse ali. Minha cunhada disse, em pé de guerra, que não tinha problema porque ela estava olhando e tinha deixado. Mas ela não estava olhando. Não tem mãe com cabeça no lugar que deixaria uma menininha de dois anos brincar em um pia de cozinha para lavar copos de vidro e facas de cortar carne, que era o que Raf tinha à sua frente. Minha cunhada estava fofocando ao telefone de novo ! O que eu disse de mais doce para ela foi perguntar se ela tinha serragem naquela cabeça. Meu irmão apareceu nesse momento. Falei de novo para ela, diante dele, o que tinha acabado de falar sobre copos e facas.

Tirei Leo daquela cozinha em zona de guerra. Voltei com ele para nossa sala. Voltei sozinha para minha cozinha depois. Raf não estava mais ali naquele minuto. Vi aquelas facas que estavam perto das mãozinhas dela colocadas longe da beirada da pia, com os copos todos afastados. Minha mãe voltou nesse momento. Meu irmão não disse uma sílaba para mim mas sei que ele sabia que eu tinha razão, mas não falar comigo não daria pontos para mim contra sua esposa. Uma menininha que não deveria molhar-se estava brincando com água de pia de cozinha cheia de copos e facas porque sua mãe queria isto porque era contrário ao que sua tia queria. O que minha cunhada tem naquela cabeça é serragem ! Raf voltou pouco depois para brincar comigo e meu sobrinho como estávamos fazendo em nossa sala pelo tapete. Vestida com outra roupa muito sequinha. Não quero saber o que minha cunhada pensa sobre mim: quero que minha sobrinha não tenha febre forte porque alguém tomou conta dela.

Todo problema foi eu não ter descoberto antes de ela molhar-se tanto: ela estava emanando ondas de calor como se fosse um cosmo de dragão quando quis sentar-se em meu colo mais tarde pelo tapete. Quase era possível tocar seu calor pelo ar. Era febre, que passou com um banhozinho, quando minha cunhada resolveu tomar conta dela. Tem serragem naquela cabeça absolutamente !