Casa de Sil de Polaris

Porque não se fica velho duas vezes !!!

Nome:
Local: Brazil

Eu sou proprietária dessa casinha magnífica que tem sofrido reformas ... ^^

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Viajar de carro fretado foi uma idéia ótima. Nós éramos nossos motoristas e não tínhamos um ocupante estranho naquele carro. Bastou uma observaçãozinha de por onde tínhamos vindo para encontrar para onde deveríamos ir, saindo daquele bairro abandonado e tristonho tão paupérrimo pelo qual não tínhamos o que fazer infelizmente. Nós conseguimos encontrar aquela praia finalmente, chamada de Praia de Carneiros, acolhedora, calma, linda - e quase vazia !!!


Voltamos ao carro por um instante para pegar nossas bolsas de praia e tratamos de escolher e preparar nosso acampamento: ficamos acomodados em cadeiras espreguiçadeiras cedidas pelos quiosques, pedindo bebidas geladas e iscas de camarão frito e peixe torrado. Primeira tarefa: organizar bolsas pelo guarda-sol-quiosque. Segunda tarefa: passar protetor solar em quantidade pelo corpo inteiro. Terceira tarefa: resolver o que fazer para aproveitar aquele paraíso !!! ^^


Aquela praia não tinha carneiro algum à vista. ^^ Tinha tufos de capim espalhados esporadicamente pela areia clara, mas não havia carneiros pastando por ali. Eu fiquei sem saber porque essa praia tinha esse nome. Seria mais condizente se fosse chamada de Praia de Gatos (aquele felino caseiro que mia para seu humano-de-aluguel quando quer beber ou comer alguma coisinha de gato) pois havia muitos gatinhos caminhando e espreguiçando por ali. Todos lindos !


Gato é meu animal preferido de todos meus dias. Não haveria dúvida alguma de que eu iria brincar com eles. Fiz amizade com um gato preto de pêlo felpudo, muito longo e muito macio, que ganhou iscas de peixe de mim (não, ele não tornou-se meu amigo temporário por interesse: isso é um mito insultuoso contra um felino tão amistoso !). Ele foi dormir em sua caminha escondida. Eu espreguicei-me naquela espreguiçadeira confortável e convidativa, admirando aquele mar.


Era um mar verde, de um verde-esmeralda muito profundo como eu nunca vira, rodeado por ilhotas e praias de areia clara, semeadas com fartura por palmeiras elevadas e esguias de folhagem muito verde. Uma brisa morna e suave soprava fazendo carícias travessas em meus cabelos que causavam-me cócegas fraquinhas. Estava muito calor. Eu estava louca para mergulhar para nadar sofregamente. Mas alguém lembrou que Pernambuco estava perto.


Por que fazem essas maldades comigo nesses momentos críticos ?! Foi um raciocínio-relâmpago: terras pernambucanas com mares avermelhando pelo sangue derramado de carne de matadouro atraindo tubarões famintos em quantidade. Era óbvio ululante que eu fincaria meus pés naquela praia por horas depois desse lembrete, mesmo morrendo de calor com vontade de nadar ! Aquilo era uma equação horrorosa: ficar na praia morrendo de calor ou ir ao mar alimentar tubarões ?


Eu escolhi ir ao mar alimentar tubarões, temerária em minhas decisões de ascendente escorpiano. Eu nadaria velozmente de volta à praia, de que não estaria muito longe, se visse uma barbatana ou uma sombra de tubarão em minha direção. Eu nadaria velozmente ! Nadaria ? Óbvio que nadaria ! Feito uma lesma morta comparada com aquele peixe auto-propulsado ! Eu entrei devagar pelo mar, medindo profundidade e tateando areia de fundo, lenta como nunca fui !

Eu fui até onde teria água pela minha cintura, submergindo até mergulhar inteiramente, voltando à tona para inclinar minha cabeça para trás para pentear meus cabelos com água. Fiquei parada ali à propósito de nada, feito uma parva, resolvendo flutuar um pouquinho de olhos fechados. Foi quando ouvi silêncio total à minha volta, imaginando quantos tubarões brancos estavam ao meu redor àquela hora, sorteando sua primeira mordida com jokenpô.


Não havia como ficar ali assim ! Eu abri meus olhos, rezando para estar sozinha absolutamente naquele mar, o que foi atendido, para voltar rapidamente à praia, onde fui inquirida por minha tia muito surpresa pois eu nunca voltei de um mergulho de mar em menos de meia hora pelo menos, quanto mais em cinco minutos. Ela riu quando ouviu minhas razões. Mas estava muito calor. Então TODOS naquela praia resolveram ir ao mar. Óbvio que eu fui também ! ^^


Seria muito azar se um tubarão mordesse meu pé com tanto pé para escolher naquele mar enorme. Foi meia hora de mergulho pelo mar verde, mas ele não estava muito profundo para adultos naquele momento e nós sentimos fome após meia hora de mergulho. Então voltamos felizes e molhados ao quiosque, encomendando peixe frito em quantidade, que foi comido regado a suco gelado, com castanhas torradas de sobremesa. Ficamos ali, bronzeando, até escurecer.

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