Arrumar mesa para almoço com todo carinho e trazer cubos de gelo para nosso refrigerante para beber ao comer nosso almoço, feito pela minha avó, junto de minha avó, minha tia, um amigo simpático: bucho de boi ao molho de tomate ao sugo, com arroz branco e pão caseiro. Eu adoro comer esse cardápio desde menininha. Lembrei de meu avô quando cortei um pedaço de pão para passar pelo molho: ele adorava esse cardápio também.

Foi meu avô quem ensinou-me uma coisinha deliciosa de fazer, sendo que eu não sei se isto é falta de educação à mesa, mas desconfio que seja, porém sem ter certeza alguma: totchar pão pelo prato para pegar caldo de carne ou molho de massa. Saborear um pedaço de pão empastelado dessa forma é uma delícia ! Senti falta de meu avô naquele almoço, como tenho sentido falta de meu avô à cabeceira de sua mesa várias vezes.

Um de meus amores familiares pela minha vida inteira, pelo homem que era e por quem era, foi meu avô, com seu sorriso alegre, bonito, simpático, acompanhado de um riso divertido, espontâneo, verdadeiro sempre. Lembro-o sorrindo para minha sobrinha, para meu sobrinho, para mim, para si próprio em suas travessuras. Seu sorriso estava com ele quando retiramos aqueles esparadrapos horríveis de seus lábios em seu velório.