Reveillon. Fiz meu brinde com vinho e minhas três simpatias de ano novo à meia-noite: começar este ano equilibrada sobre meu pé direito apenas, dar sete pulinhos sobre meu pé direito, preparar minha primeira refeição deste ano fazendo um cozido simples de peixe com ervilha e milho para pedir por fartura e progresso para meu ano.

Tive uma noite solitária em minha sacada, pensando e rezando em meus últimos quinze minutos de ano velho, tomando chuva de frente, misturada com vento gelado, que respingava para meu copo em meu vinho, preparado para ser meu brinde de ano novo para meu ano e para mim, incluindo meus amigos e meus familiares. Eu estava contente.

Vi parte de queima de fogos, gostando mais de tudo o que era dourado, laranja, vermelho. Ou seja: cores de fogo. Ver fogo prateado era lindo para mim também, que adoro prata, preferindo-a ao ouro. Uma luz vermelha muito ampla e intensa vindo em minha direção fez com que eu tivesse um pensamento assustadiço, que controlei logo.

Vou preparar o que eu precisar e quiser para este ano novo, cumprindo tudo o que houver proposto a mim mesma em primeiro lugar para então poder atender muito bem aos outros, melhor que tudo o que eu possa ter feito antes. Terminei meu ano fazendo reorganização de meu quarto, pensando em colocar enfeites novos ali.

Vou procurar o que fazer por ele quanto à reorganização de minha mobília, o que dará trabalho para um dia inteiro. Talvez repintar suas paredes de cor-de-rosa, idéia que venho acalentando há algum tempo, seja possível. Ou então posso optar por uma cor mais aconchegante, como camurça ou pêssego. Um recomeçar lento de ano.

Um recomeçar lento de ano porque não se fica velho duas vezes.