Casa de Sil de Polaris

Porque não se fica velho duas vezes !!!

Nome:
Local: Brazil

Eu sou proprietária dessa casinha magnífica que tem sofrido reformas ... ^^

quarta-feira, 5 de outubro de 2005

Minha tia tinha jabuticabeiras atrás de sua casa, plantadas na estrada de terra macia que levava ao curral e ao pasto. Não tem mais bezerros e bois e vacas naquele curral e todo pasto que havia ali tornou-se exclusividade de um burro cinzento que fotografei quando eu tinha quinze anos de idade com minha câmera fotográfica que ganhei de minha mãe como presente de aniversário. Aquelas jabuticabeiras ainda existem e ficaram carregadinhas de frutos negros em uma frutificação antecipada. Há uma floração que deve vingar em novembro. Soube disso através de meus avós, que viajaram para lá há uma semana. Peninha imensa eu não ter podido ir também por causa de meu trabalho. Aquelas jabuticabeiras ficam próximas à descida que conduz ao rio, passando pelas figueiras, pelo pé de abóbora, pela plantação voluntária de dorme-dorme à beira dessa estrada. Eu e meu irmão adorávamos passar pela plantação de dorme-dorme para tocar nelas para vê-las fechar completamente ao toque de nossa mão, como se dormissem. Foi meu avô quem ensinou esse joguinho para nós. Íamos apanhar mexericas e outras qualidades de laranja, inclusive grapefruit, próximo ao rio, em um clima fresquinho. Aquele rio tinha uma cachoeira, o que muito assustava minha mãe. Nunca pude nadar naquele rio a não ser por uma vez, em um dia muito quente, quando todos, inclusive minha mãe, resolveram ter uma tarde diferente em familia. Mas não pude chegar à cachoeira. Olhos maternos muito vigilantes impediram minha aventura. Esse rio não tem mais cachoeira. Sequer corredeira. Foi morto pelo esposo de minha prima com sua oficina e pela usina açucareira próxima, vizinha de tal maneira que podíamos sentir cheiro de seu restilho sem dificuldade alguma. Sem pomar. Sem rio. Sem terreiro. Tadinho desse sitiozinho, cáspita !!! O que mais sobreviveu desse sítio de minha infância foi seu canavial, na estrada de entrada e na estrada de rio, por onde eu tinha medo de entrar porque suas folhas eram muito perigosas em minha cabecinha. Mas houve derrubada de uma parte dele mesmo assim porque minha tia tinha filhos, que tiveram filhos, que tiveram filhos, e estes precisaram construir suas casas naquele terreno. Três casas. Sacrificaram metade daquele canavial. Talvez não haja sítio a deixar de herança dentro em breve. Uma tragédia !!!

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