Adoro violino. Música tem poder de deixar-me muito alegre ou muito triste e um solo de violino pode fazê-lo magnificamente. Estive estudando um texto sobre atendimento hospitalar psicológico. Adorei uma comparação, que deixou-me encantada, escrita por um colega de profissão, sobre um psicólogo ser um violino, ou que sola sobressaindo-se de uma orquestra ou que toca com maestria invejável unido à orquestra. Foi uma comparação envaidecedora. Mas esse texto não era um elogio auto-direcionado à categoria profissional: era uma crítica construtiva muito lúcida sobre coisificação e desumanização de pessoas em um hospital - enfermeiros, médicos, pacientes - exortando a como e em que um psicólogo poderia intervir, clinicando em um hospital. Li-a três vezes. Precisarei refazer essa leitura mais tranqüilamente mais tarde, quando não houver possibilidade de ser interrompida muitas e muitas vezes pelas circunstâncias e necessidades relacionadas ao meu trabalho.

O que chamou minha atenção também foi seu autor ser conhecedor exímio de música.

Mas mudando de assunto: minha tia e uma de suas amigas estavam engajadas em fazer um cio de uma gatinha de minha tia ser produtivo. Mas essa gatinha não quis saber de um gatinho de minha tia, sequer de um gatinho dessa amiga de minha tia. Parece que ela está apaixonada pelo gato preto de rua que mia para ela à noite toda noite. Mas minha tia não quer que sua gatinha "deite-se com qualquer um". ^^

Resolveram trazer uma gatinha dessa amiga de minha tia para cruzar com esse gatinho de minha tia, que estava entusiasmado pelo cio de sua "namorada traiçoeira" e seria uma pena desperdiçar toda aquela energia. Essa gatinha dessa amiga de minha tia tinha entrado em cio também e tudo tinha ficado facilitado. Mas minha tia e sua amiga ficaram assistindo toda côrte amorosa felina até que seus bichanos decidiram copular finalmente. Sua gatinha se aprumou. Seu gatinho se posicionou, segurando sua gatinha com seus dentes pela nuca. Foram muitos fsssttt, miaaauuu, rowaw pra cá e pra lá, com garras à mostra e presas muito alertas, pelo que minha tia e sua amiga resolveram interromper tudo. Elas decidiram simplesmente que aquele namoro era um namoro muito violento. Era um namoro ao estilo felino, ora ! Elas não poderiam esperar carinhos humanos quando deveriam existir carinhos felinos porque sua natureza felina é assim, sem salamaleque, pois trata-se de uma disputa de fêmea e território, mesmo sem concorrência.

Seu gatinho, interrompido ali e recusado lá, todo atiçado pelo cio coincidente de duas gatas, caiu em tristeza, sem poder liberar sua volúpia. Atazanaram tanto seu juizozinho que ele não sabia o que tinha de fazer em uma segunda tentativa de transar com aquela gatinha dessa amiga de minha tia. Tadinho ! Está curado faz uma semana mas tem ficado arredio em relação a humanos. Eu não posso culpá-lo. ^^