Casa de Sil de Polaris

Porque não se fica velho duas vezes !!!

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Local: Brazil

Eu sou proprietária dessa casinha magnífica que tem sofrido reformas ... ^^

quinta-feira, 18 de setembro de 2003

Hmmmmm ... "O que é uma rosa ? Tivesse ela qualquer outro nome e teria o mesmo perfume !" Verdade que eu posso estar lembrando mal e porcamente desses versos de William Shakespeare em "Romeu e Julieta" mas estas palavras vieram à minha mente após eu haver relido alguns e-mails antigos de uma pessoa com quem estive conversando muito bem mas com quem terminei participando de muitas discussões virtuais por conta de uma série de mal-entendidos, com teimosias, mais dele que minhas, porém eu pus fogo nessa palha com toda consciência muitas vezes, inclusive quando tentava não pôr fogo pelo celeiro. ^^ Um pouco de filosofia pessoal brotando ... Digamos que eu seja uma rosa e seja mostrada e vista como tal, mas prestem mais atenção à agudeza de meus espinhos que à maciez de minhas pétalas, ainda que vejam ambos. Então todos saberão que meus espinhos poderão ferir muito - e alguns terão certeza absoluta disso por terem passado pela experiência cortante.

Haverá um distanciamento, furioso ou respeitoso, porque eu tenho pétalas maravilhosas e muito macias ao toque mas existem espinhos pelo caminho afinal de contas. Alguns têm sensibilidade e trejeito de jogo de cintura suficientes para aproximarem-me de mim e saborearem minhas pétalas, independente de quantos espinhos estejam pelo caminho. Então estes sabem de meus espinhos e minhas pétalas, não ignorando presença de nenhum deles, mas gostando tanto de ter contato com minhas pétalas que terminam aprendendo como evitar meus espinhos. Portanto não são arranhados nem por acidente e nem propositalmente, ainda que algum vento possa vergar-me e eu tenha como feri-los sem querer, por conta de circunstâncias. Mas continuo sendo uma rosa. Uma rosa evitada por tal e tal que foi ferido por mim ou viu-me ferir alguém próximo, com ou sem ação de minha vontade - embora toda culpa seja atribuída a mim de qualquer maneira, de uma forma muito conveniente e muito covarde pelo temeroso em questão.

Entretanto eu quero dar-lhes minhas pétalas porque não tenho necessidade de usar meus espinhos contra eles, mas não posso porque vêem meus espinhos apenas, respondendo que minhas pétalas são espinhos camuflados que irão picá-los assim que for de minha vontade de forma mais traiçoeira possível. Insisto que não acontecerá, mas estes desconfiados jamais dariam uma oportunidade à uma rosa por ser flor com milhares de pétalas (subterfúgios em sua opinião) onde um espinho - ou vários - poderia estar disfarçado sorrateiramente. Então disfarço-me em outra flor, uma azaléia ou uma gérbera, com todas minhas pétalas mas sem sequer um espinho, trazendo perfumes tão encantadores quanto de uma rosa. Olha-se com um pouco de estranheza, afinal aquela azaléia parece ter pétalas demais ou aquela gérbera tem um caule muito caloso para uma gérbera, mas faz-se uma aproximação sem acidentes apesar de tudo. Temos brincadeiras, conversas agradáveis, provocações amistosas. Não há crise. Mas ...

Teimosia tem seus fantasmas: aquela aversão à rosa é acionada novamente de um momento para outro, começando um lusco-fusco de lâmpada estroboscópica, com imagens de azaléia-gérbera e de rosa alternando-se enlouquecidamente até que olha-se, vendo uma rosa por mais azaléia-gérbera que eu ainda esteja apresentando-me. Então essa pessoa recua sem aviso - sequer uma palavra. Afinal "você é uma rosa e tem suas pétalas macias, mas seus espinhos estão todos ali e você vai arranhar-me de novo ou tentar cravar seus espinhos em mim pela primeira vez, portanto jamais chegarei perto de você". Prometer que meus espinhos serão cortados de propósito ou embutidos artificialmente (o que significa que tomarei cuidado com meu tato) não surte efeito algum. Afinal eu sou uma rosa e uma rosa tem espinhos, que cortarão mais cedo ou mais tarde. O que significa que existem pessoas que têm aversão por mim ou medo de mim, ou devido a algum caso pessoal ou por herança de amizade. O que mostra-se permanente.

O que eu julgo uma bobagem imensa de qualquer maneira, afinal não sou tão malvada a ponto de ferir propositalmente por hobby. Meu punhal siciliano-calabrês tem permanecido em sua bainha, até que eu precise dele. ^^ Eu não fazia idéia de que era tão assustadora ou tão aversiva aos outros dessa maneira, mesmo porque não sou uma monstruosidade em atitudes e palavras à solta. Mas pelo fato de eu ser quem sou ... Sou vista assim simplesmente ! "Diga-me com quem andas e eu direi quem és". Um ditado popular muito pouco sábio em minha opinião. Pior "Filho de peixe, peixinho é" somente. Tanto pensamento medieval em pleno século XXI é muito frustrante, mas eu não costumo quebrar. Entretanto adoraria que não confundissem auto-determinação com arrogância, assim como muitos deveriam lembrar que eloqüência não é sabedoria. Andaram falando demais sobre mim, mas nunca comigo. Muito pouco sábio, como tantas e tantas coisas que ouvi e vi serem ditas e feitas.

Tenho um perfume de rosa quando apresento-me como azaléia-gérbera quando resolvo não assustar quem sente temor por mim, vindo devagarinho. Portanto não vejo porque tanto ouriço ao meu respeito se não insistirem em ver meus espinhos apenas, que sequer estão eriçados. Insistir que eu sou um demônio a ser evitado é ilusivo e não é sábio, além de ser muito temeroso de uma maneira muito imatura e nada sensata.

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